Depois do Alqueva, a que se juntou no ano passado a rede das Aldeias de Xisto, chegou a vez do Tua ser declarado um destino oficial para admirar as estrelas.
O Parque Natural Regional do Vale do Tua, em Trás-os-Montes, recebeu a certificação internacional de “Destino Turístico Starlight”, tornando-se assim no terceiro lugar de Portugal distinguido, confirmou esta terça-feira aquela entidade; um projecto que já tinha avançado no ano passado.
O Tua passa assim a fazer parte dos destinos Starlight, lugares que têm poluição luminosa muito baixa, “onde os visitantes podem desfrutar de oportunidades únicas e inigualáveis para ver o céu nocturno”, segundo a direcção do parque.
“Somos o terceiro destino turístico certificado em Portugal, depois do Alqueva e das Aldeias de Xisto, mas somos a primeira área protegida a receber esta certificação, o que obviamente nos orgulha”, destacou o director, Artur Cascarejo.
A certificação foi atribuída pela Fundação Starlight, que nos últimos dois anos avaliou em diferentes períodos e auditou o processo de candidatura, para confirmar que, efectivamente este território reúne todas as condições para integrar a lista de sítios Starlight, na modalidade de Destino Turístico.
De acordo com os critérios desta entidade, “os destinos turísticos Starlight definem-se como lugares visitáveis com excelentes condições para a contemplação de estrelas, protegidos da poluição luminosa, estando aptos para acolher iniciativas turísticas relacionadas com a observação do céu, como parte essencial da natureza”.
O Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT), que já tinha aderido à marca e conceito Dark Sky e obteve agora a certificação dos cinco concelhos que o integram, nomeadamente Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor.
Com esta nova certificação o PNRVT espera alcançar “novos mercados internacionais; seja da Europa ou de longo curso, que viajam para locais com forte preocupação ambiental, identidade e capazes de proporcionar experiências enriquecedoras, aquelas que acrescentam valor ao momento de lazer bem como enriquecimento intelectual”.
“O PNRVT pretende ainda fazer a ligação entre a temática deste Dark Sky e a arqueoastronomia, criando aqui um forte laço entre o céu nocturno e o património arqueológico”, apontou o director.
O Dark Sky Vale do Tua passará a fazer parte da rede nacional de destinos da Associação Dark Sky que tem como missão a protecção deste recurso e também a cooperação entre as regiões com certificação (Alentejo, Centro e Norte) através da criação de uma oferta organizada e estruturada em torno do astroturismo, em que cada destino contribui com as suas especificidades.
A cooperação é uma das exigências do processo de certificação e implica, segundo os responsáveis, “que se crie um contexto de oferta turística que envolve as entidades gestoras do território, a comunidade e, essencialmente, o setor empresarial local”.
“Falamos de oferta de alojamento de qualidade, meios de observação das estrelas disponíveis ao visitante, formação de recursos humanos que possam fazer a interpretação astronómica e a sua integração na natureza noturna, etc.”, especificou o diretor do parque do Tua.