Jovem de 19 anos sequestra e ameaça de morte namorada depois de ela terminar relação

GNR diz que a namorada de 20 anos tentou terminar com a relação. Agressor sequestrou-a, amarrando-a por vários dias a um móvel da garagem da casa onde coabitavam

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Guarda encontrou várias armas e cannabis na casa do jovem entretanto detido GNR

Um jovem de 19 anos que sequestrou a namorada, infligindo-lhe maus-tratos psicológicos e físicos e ameaças reiteradas de morte, durante dois anos, foi esta quinta-feira constituído arguido depois de um primeiro interrogatório no Tribunal de Leiria. Está acusado da prática do crime de violência doméstica, sequestro e coacção agravada.

O jovem tinha sido detido pela GNR, que investigou o caso, anunciou o Comando Territorial de Leiria, através do Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE). A GNR descreve o que levou à detenção: quando a namorada de 20 anos quis terminar a relação, o agressor sequestrou-a “amarrando-a por vários dias a um móvel da garagem da residência, sob coacção e ameaça constante, inviabilizando qualquer comunicação com o exterior, e obrigando-a a efectuar as suas necessidades fisiológicas para um balde”. 

Segundo disse ao PÚBLICO o capitão Sousa, das relações públicas da GNR do posto de Leiria, o agressor já tinha um inquérito a decorrer desde 2018, por violência doméstica, em que a queixosa é a mesma companheira. Foi também a jovem de 20 anos que fez queixa há cerca de uma semana referindo que tentou pôr termo à relação mas que o companheiro a amarrou, não a deixando sair de casa. Os dois viviam na mesma habitação, em Pombal. 

Numa nota de imprensa, a GNR referiu que, na sequência de uma investigação, os militares apuraram que o suspeito, de 19 anos, agrediu fisicamente a sua companheira, de 20 anos, infligindo-lhe desde 2018 maus-tratos psicológicos e ameaças reiteradas de morte.

Na quarta-feira os militares procederam a um mandado de detenção e a uma busca domiciliária na casa do arguido, onde foram apreendidas uma caçadeira de calibre 12, quatro armas brancas, das quais uma catana e uma faca de ponta e mola, 11 doses de cannabis e uma planta de cannabis "em elevado estado de maturação”. O arguido já tem antecedentes criminais pela prática dos crimes de roubo e ofensas à integridade física.

O tribunal aplicou-lhe a medida de coacção de afastamento de um quilómetro e proibição de contactos com a vítima.

Segundo o gabinete da ministra de Estado e da Presidência, a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) os dados mostram que em Abril, Maio e Junho de 2020 as autoridades receberam um total de 6.928 participações por violência doméstica, menos 6,2% do que as 7.382 do período homólogo de 2019 e mais 570 do que as registadas nos três primeiros meses do ano. Porém, subiu em 11,7% o número dos “reclusos em cumprimento de pena de prisão efectiva” — o que corresponde a 847 pessoas. A prisão preventiva subiu 4,3% e o afastamento como medida de coacção aumentou 29,5%.

As vítimas abrangidas pela teleassistência (o denominado “botão de pânico") aumentaram 30,1% (passaram de 2774 para 3608). Já o total de pessoas em situação de acolhimento devido ao crime de violência doméstica baixou 24,4% (de 2161 para 1634) no primeiro semestre do ano relativamente ao período homólogo de 2019​. Com Lusa

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