Carlos Reygadas: “Os maus realizadores sabem porque é que fazem tudo, os bons realizadores não sabem”

O Nosso Tempo, em que as teorias de um casal sobre amor, fidelidade e traição vão sendo desfocadas pelos sentimentos, pela posse e pelo ciúme, reclama para o cinema que ele seja capaz de transcender a prosa e a sintaxe conforme. Western das emoções, com este filme o mexicano Carlos Reygadas marca o seu território como um animal violento, poderoso.

Foto
©Mantarraya and NoDream Cinema

“Estamos a ser empurrados, estamos quase a acabar”. Era um final de conversa, há dois anos no Festival de Veneza, no dia em que o cineasta mexicano Carlos Reygadas apresentara em competição O Nosso Tempo/Nuestro Tiempo, que ainda é a sua última longa-metragem(é de 2018, segue-se a Post Tenebras Lux, de 2012). Chegava ao concurso no Lido num momento em que no lugar de se conversar sobre filmes se procuravam Óscares e se polemizava sobre a Netflix e a sua legitmidade, ou não, em concorrer num festival de cinema (o Leão de Ouro nesse ano foi aliás para Roma, de Alfonso Cuaròn, filme que se tornou possível pela participação da plataforma de streaming).

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar