Atlético Madrid e Leipzig regressam ao local do crime

Espanhóis querem chegar à final da Luz para apagar mancha do passado na Champions, enquanto os estreantes alemães pretendem acabar a competição onde há quase um ano começaram com uma vitória sobre o Benfica.

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Nagelsmann testa condições do Estádio de Alvalade LUSA/Lluis Gene / POOL
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Diego Simeone regressa a Lisboa para corrigir desfecho da final de 2014 Reuters/RAFAEL MARCHANTE
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RB Leipzig iniciou a competição em Lisboa, com dois golos de Timo Werner na Luz LUSA/Lluis Gene / POOL

Atlético de Madrid e RB Leipzig definem esta noite (20h Eleven), em Alvalade, o segundo semi-finalista da inédita edição 2019/20 da Liga dos Campeões, cuja final foi transferida de Istambul para Lisboa, oferecendo a espanhóis e alemães a oportunidade rara de revisitarem o local de um “crime”… traumatizante para Simeone e tonificante para Nagelsmann.

Para o Atlético de Madrid, esta pode ser a oportunidade de ouro para exorcizar o passado, isto caso encontre o caminho para a Luz, onde em 2014, de forma dramática, entregou La décima Champions ao rival Real Madrid.

Para Simeone, que dois anos depois voltaria a perder nova final da Liga dos Campeões para os “merengues”, dois problemas estão resolvidos: o campeão espanhol caiu nos “oitavos” e Cristiano Ronaldo saiu de cena com a eliminação da Juventus. Com a experiência acumulada de três presenças nos “quartos” nos últimos seis anos – para além da conquista da Liga Europa em 2017/18 –, sem as duas “bestas negras” no horizonte (numa prova a eliminar num único jogo desde os quartos-de-final) e com uma defesa à prova de campeões europeus (convém não esquecer a eliminação do Liverpool), ao treinador argentino abrem-se boas perspectivas numa competição em que um dos dois campeões europeus ainda em prova ficará pelo caminho quando Barcelona e Bayern se defrontarem.

Do outro lado da barricada, atento à evolução dos casos positivos de covid-19 de Ángel Correa e Sime Vrsaljko, o RB Leipzig regressa à capital portuguesa onde há quase um ano iniciou a caminhada na Champions com uma vitória (1-2) na Luz, com dois golos de Timo Werner, o grande ausente no plantel de Negelsmann, transferido para o Chelsea graças aos 34 golos obtidos em 45 partidas.

Neste caso, o “crime” compensa amplamente e o estreante germânico prepara-se para contornar a muralha espanhola, aplicando a receita com que aniquilou o Tottenham de José Mourinho, com 4-0 nas duas mãos da ronda anterior. Resta saber se a versatilidade táctica de Nagelsmann está à altura da consistência do jogo de Simeone, que, imediatamente antes de o novo coronavírus ter interrompido todas as competições, infligiu duas derrotas ao campeão em título Liverpool.

De qualquer modo, ainda que Nagelsmann acredite que “a experiência do Atlético” seja irrelevante num único jogo, será sempre interessante descobrir se o “cholismo” é, de facto, capaz de silenciar a irreverência bávara, que terá ainda de superar a influência de João Félix em terras lusitanas.

Simeone não respondeu ao alemão, elogiando-o, garantindo que “a vitória não é importante... é o único resultado!”, disparou, indiferente à forma como se atingem os fins no futebol. O argentino lamentou apenas as baixas de Ángel e Vrsaljko, por tudo o que deram à equipa e ficarem agora excluídos. 

Mas voltando a Félix. O português, ao contrário do verificado no último jogo em Anfield, não deve ser titular, cedendo o lugar no onze ao herói de Liverpool, Marcos Lorente, que saltou do banco para marcar dois golos e fazer uma assistência e carimbar a passagem do Atletico aos quartos-de-final.

Por isso, só Alvalade, onde em 2017/18 Jorge Jesus não conseguiu reverter a derrota dos leões em Madrid e, assim, travar a caminhada triunfante do Atlético de Madrid na Liga Europa, determinará quem estará nas meias-finais, na Luz.

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