Elas não imigram na sombra e resistem “sem poder dormir muito”

A imigração feminina é uma realidade dispersa no papel, mas as histórias sempre existiram. Elsa, Patrícia e Nataliya voaram para Portugal sozinhas ou para que os filhos pudessem “ser alguém”. Os seus caminhos são labirínticos, mas cruzam-se diversas vezes. Seja nos rastilhos, nos “terramotos” ou nas poucas horas de descanso. Desde 2012 que há tendencialmente mais mulheres estrangeiras residentes do que homens.

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Durante décadas, as mulheres foram encaradas como migrantes passivas: os homens decidiam emigrar e as mulheres, suas companheiras ou familiares, juntavam-se a eles mais tarde. Por essa razão, as suas realidades foram esquecidas em várias investigações, mas nos últimos anos este cenário tem vindo a alterar-se. O aumento de mulheres migrantes na Europa e no resto do mundo levou a que a feminização da imigração se tornasse um dos aspectos mais estudados pela academia. Em 2006, o primeiro relatório nacional sobre imigração feminina realizado no âmbito de um projecto da Comissão Europeia — bem como diversos estudos internacionais — mostravam um lado diferente deste fenómeno. Afinal, muitas mulheres emigravam sozinhas ou com os filhos.

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