Félix da Costa é o novo campeão do mundo de Fórmula E
O piloto português foi 2.º classificado no aeroporto Tempelhof de Berlim na nona corrida da época dos monolugares 100% eléctricos da FIA e garantiu a vitória no campeonato a duas provas do final da competição.
Com duas corridas ainda por disputar – quarta e quinta-feira, novamente no histórico aeroporto Tempelhof de Berlim -, António Félix da Costa tornou-se neste domingo no quinto piloto a sagrar-se campeão mundial de Fórmula E, competição que teve o seu início em 2014. A competir nos monolugares 100% eléctricos desde o início da categoria, o português mudou-se este ano para a DS Techeetah, equipa que tinha dominado a competição na época anterior, e superiorizou-se a toda a concorrência, incluído ao francês Jean-Eric Vergne, o seu colega de equipa que defendia o estatuto de bicampeão.
A poucos dias de completar 29 anos, António Félix da Costa atingiu neste domingo um dos pontos mais altos da sua carreira. Com um percurso de mais de duas décadas ligado ao automobilismo – o piloto de Cascais começou a competir em campeonatos de kartings com nove anos -, Félix da Costa, que em 2014 esteve muito perto de ser piloto da Toro Rosso na Fórmula 1, viu a sua aposta na mais importante prova automobilística da FIA de eléctricos recompensada com um título conquistado com uma vantagem dilatada sobre os mais directos perseguidores.
Na jornada dupla deste fim-de-semana no traçado de cimento do E-Prix de Berlim, Félix da Costa partia com 125 pontos, mais 68 que os dois adversários mais próximos, o brasileiro Lucas di Grassi e o belga Stoffel Vandoorne, e com uma boa recuperação na corrida disputada sábado deu mais um passo importante para a conquista do título mundial.
Apesar de ter partido da nona posição, o português acabou a prova no quarto lugar, atrás de Max Gunther (BMW iFE.20), Robin Frijns (Virgin Racing) e do seu colega de equipa Jean-Eric Vergne, o que permitiu a Félix da Costa segurar a liderança com 68 pontos de vantagem – Gunther passou a ser o perseguidor mais próximo.
Com uma margem de segurança confortável para gerir, o piloto da equipa chinesa DS Techeetah entrou para a antepenúltima corrida da época sem precisar de fazer grandes contas. Com cada E-Prix a valer no máximo 30 pontos - 25 pela vitória; três pela pole position; um para quem for o mais rápido na primeira fase da qualificação; um para quem fizer a volta mais rápida da corrida, caso esteja classificado no top 10 -, Félix da Costa precisava de terminar os 45 minutos em Tempelhof com, pelo menos, 61 pontos de avanço sobre o segundo classificado, para fazer a festa de campeão em Berlim.
E as boas notícias chegaram logo da qualificação. António Félix da Costa partiu da segunda posição da grelha, logo atrás do bicampeão Jean-Eric Vergne, e Max Gunther, o mais directo perseguidor do português, saiu apenas da 21.ª posição. Lucas di Grassi (Audi), que estava a 74 pontos de Félix da Costa, ficou-se pelo 12.º lugar no arranque.
Sem correrem grandes riscos, os dois pilotos da DS Techeetah mantiveram as suas posições na largada, mas antes de se completar a primeira volta em Tempelhof, nova boa notícia para Félix da Costa: Gunther perdeu o controlo do seu BMW iFE.20 e teve que abandonar. Sem o principal adversário, a pressão sobre o líder do mundial ficou ainda menor e Félix da Costa aproveitou para não se limitar a defender.
Apesar de ter chegado a cair para a quarta posição, o número 13 da DS Techeetah num par de voltas ultrapassou Oliver Rowland e Vergne, assumindo a liderança a cerca de 25 minutos do final da corrida. A partir daí, o jogo de equipa na DS Techeetah funcionou na perfeição, com Félix da Costa e Vergne a gerirem a energia dos seus carros com trocas de posição, acabando por ser o francês o primeiro a cortar a meta.
Porém, com o segundo lugar, Félix da Costa garante, aconteça o que acontecer nas duas últimas corridas, que vai suceder a Nelson Piquet Jr., Sébastian Buemi, Lucas di Grassi e Jean-Eric Vergne (por duas vezes) como campeão do mundo de Fórmula E.