Pedidos de desemprego nos EUA caem para nível mais baixo da pandemia

Foi o maior recuo semanal em quase dois meses, nos EUA. O número total de pessoas a reclamar benefícios em todos os programas de ajuda encontrava-se nos 31,3 milhões na semana que terminou a 18 de Julho.

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Protestos contra o fim de valor extra (600 dólares) no subsídio de desemprego LUSA/JUSTIN LANE

Os pedidos iniciais de subsídio de desemprego nos Estados Unidos caíram 249.000 para 1,19 ​milhões na semana que terminou a 1 de Agosto. Foi uma queda em quase todos os estados, segundo dados do Departamento do Trabalho divulgados esta quinta-feira. Economistas ouvidos pela Bloomberg tinham previsto que o número rondasse os 1,4 milhões.

Os pedidos contínuos – ou seja, norte-americanos que já recebiam subsídio de desemprego - diminuíram em 844.000 para 16,1 milhões na semana que terminou a 25 de Julho. A projecção apontava para 16,9 milhões.

Foi o maior decréscimo no número dos norte-americanos que pediram subsídio de desemprego em quase dois meses.

Todos os estados, excepto Rhode Island, que mostrou poucas mudanças, registaram declínios em relação à semana anterior. Inclusive nos estados onde os novos casos de covid-19 foram elevados, como a Florida ou Califórnia, os pedidos de benefícios caíram na última semana.

À Bloomberg, Russel Price, economista, disse que estes números mostram uma “melhoria no mercado de trabalho” e que se está “de novo no bom caminho”. Por outro lado, Stephen Stanley, também economista, mostrou-se “céptico” quanto a esta queda.

O governo americano ainda está a trabalhar num pacote de estímulos que reforce os subsídios de desemprego, mas até lá não há apoio nenhum, uma vez que o apoio extraordinário de 600 dólares (cerca de 506 euros) atribuído no início da crise terminou.

Apesar da melhoria nos pedidos de subsídio, o cenário poderá deteriorar-se nas próximas semanas e meses, à medida que as empresas esgotarem os fundos dos apoios da Casa Branca. Segundo a Bloomberg, um inquérito mostrou que um quinto das pequenas empresas está a planear despedir trabalhadores ou já o fez após esgotar os empréstimos do apoio. Outro inquérito indicou que um em cada quatro trabalhadores contratados de volta graças aos apoios foi informado que podem ser despedidos de novo.

Além do decréscimo nos pedidos de subsídio de desemprego, os estados reportaram 655.707 pedidos iniciais de apoio ao desemprego na pandemia (programa que alarga o subsídio a pessoas que, normalmente, não seriam elegíveis, como é o caso do auto-emprego). Este é o valor mais baixo desde Abril, diz a Bloomberg.

O apoio referente ao prolongamento do subsídio de desemprego – programa federal que dá novo apoio aos que viram o prazo do subsídio terminar durante a pandemia – foi pedido por 1,1 milhões de pessoas na semana que terminou a 18 de Julho. Esta compensação tem uma duração de 26 semanas na maioria dos estados.

Contando a totalidade dos programas em vigor, o número de pessoas a requerer subsídios aumentou para 31,3 milhões na semana que acabou a 18 de Julho. A Bloomberg indica que este número pode reflectir um número excessivo de reivindicações contínuas do programa especial de apoio ao desemprego na pandemia.

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