Bayer regista prejuízos de 8,06 mil milhões no semestre
Multinacional alemã, dona da Aspirina mas também da agro-química Monsanto, tinha obtido lucros de 1,6 mil milhões um ano antes. Acordos para evitar litígios em tribunais por causa do herbicida Roundup pesaram nas contas do segundo trimestre
A alemã Bayer registou um prejuízo de 8059 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, contra lucros de 1645 milhões de euros em termos homólogos, anunciou hoje o grupo químico e farmacêutico.
Este resultado é justificado pela Bayer com os custos dos acordos extrajudiciais em resultado dos problemas cancerígenos causados por um dos seus herbicidas, o Roundup, que continha glifosato e que era usado pela sua empresa, a norte-americana Monsanto, explica o grupo Bayer em comunicado.
A facturação, por sua vez, manteve-se quase idêntica no primeiro semestre deste ano, em 22,90 mil milhões de euros, que, após efeitos cambiais, representou um acréscimo de 2% na consolidação das contas em euros pela casa-mãe do grupo.
O resultado operacional negativo foi de 8,28 mil milhões de euros no primeiro semestre do ano fiscal, contra um resultado de exploração positivo em 2,56 mil milhões de euros contabilizado no exercício anterior.
No segundo trimestre, o negócio da Bayer “desenvolveu-se bem”, apesar da pandemia de covid-19 e da incerteza com ela relacionada, especialmente no negócio agrícola, disse o presidente do grupo químico e farmacêutico, Werner Baumann.
A Bayer divulgou que os resultados extraordinários foram de 13,15 mil milhões de euros de euros na metade do ano fiscal, devido sobretudo aos custos dos acordos extrajudiciais no caso dos processos relacionados com o glifosato nos Estados Unidos.
Antes de descontados os resultados extraordinários, a Bayer contabilizou um lucro de 4,86 mil milhões de euros, mais 9,5% do que um ano antes, lê-se no comunicado.
Já no segundo trimestre, o grupo teve um prejuízo de 9,55 mil milhões de euros, que compara com um lucro de 404 milhões de euros em termos homólogos. No comunicado pode ler-se que o segundo trimestre foi penalizado sobretudo pelos processos judiciais nos Estados Unidos.
Para a Bayer os efeitos financeiros da pandemia de covid-19 são “difíceis de calcular”, mas fez ajustamentos em baixa nas suas previsões para o final do ano fiscal.
A Bayer prevê alcançar este ano uma facturação entre 43 e 44 mil milhões de euros (contra 44 e 45 mil milhões anteriormente).