Fadista Carlos Leitão vencedor nos IPMA com o tema Um quarto para as duas

O fadista Carlos Leitão foi premiado este domingo à noite nos Prémios Internacionais da Música Portuguesa (IPMA) com Um quarto para as duas, escrito a seu pedido por Jorge Benvinda (Virgem Suta).

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Carlos Leitão DR

O fadista Carlos Leitão foi o vencedor na categoria “fado” dos Prémios Internacionais da Música Portuguesa deste ano (IPMA). A cerimónia de entrega dos prémios decorreu ontem no centro histórico de New Bedford (Massachusetts, EUA), na sala do Zeiterion Theatre. A gala estava programada para o dia 25 de Abril, mas acabou por ser adiada devido à pandemia da covid-19. Realizou-se agora, ao fim da tarde de domingo (noite em Portugal), transmitida em streaming.

Carlos Leitão recebeu o prémio (que lhe foi entregue pela fadista Mariza) devido ao tema Um quarto para as duas, com letra e música de Jorge Benvinda (Virgem Suta), incluído no seu mais recente álbum, Casa Vazia (2019). Um quarto para as duas é também o terceiro single e videoclipe do álbum, depois de Dona Maria Dilema, com letra de Salvador Sobral e música de João Só, e Casa Vazia, com letra de Júlio Machado Vaz (que participa o disco dizendo parte da letra, a primeira que escreve para fado) e música de Armando Machado.

A edição 2020 dos IPMA (International Portuguese Music Awards) foi apresentada por Sónia Araújo e em 12 categorias havia nomeados provenientes de oito países. No caso do fado, os temas nomeados foram Quando me encontro, de Sarah Pacheco (EUA), Meu é amor é marinheiro, de Maura (Portugal), A rosa de dores, de Cordeone (EUA) e Um quarto para as duas, de Carlos Leitão (Portugal). O videoclipe deste último, o vencedor, foi estreado no dia 10 de Julho passado na Antena 1 e o tema corresponde a um desafio lançado a Jorge Benvinda por Carlos Leitão: criar, como se diz no comunicado que anuncia o videoclipe, “um fado com um enredo inspirado na ideia de uma noite quente de festa e de promiscuidades.” Com Carlos Leitão (voz), estão Henrique Leitão (guitarra portuguesa), Luís Pontes (viola) e Carlos Menezes (viola baixo).

Nascido em Lisboa, em 1979, mas alentejano de ascendência e coração, Carlos Leitão tem três discos gravados: Do Quarto (2013) Sala de Estar (2017) e Casa Vazia, todos eles construídos em torno da ideia de uma casa metafórica que criou. Casa Vazia, disse ele ao PÚBLICO quando o disco saiu, foi delineado após a celebração da amizade sintetizada no disco anterior, Sala de Estar. “Havia temas que não entraram nesse disco e que decidi também não pôr neste, mas que acabaram por servir de dínamo mental para a criação. Imaginei alguns temas, os que escrevi, e comecei a cimentar a ideia de convidar gente para escrever, principalmente, por razões afectivas. E até para me auto-desafiar.”

Fechada a casa com esta trilogia, que outros caminhos se abrem aos fados de Carlos Leitão? A resposta que ele deu, na já citada entrevista, em Outubro de 2019, foi: “O meu fio condutor, se é que existe, é deixar a coisa fluir. Vou escrevendo, vou compondo, e depois se verá. Há uma das ideias que eu tenho que está muito mais forte do que as outras e talvez tivesse muita graça explorar isso. Mas cabe-me, além de não a dizer a ninguém, convencer as pessoas que estão comigo a acreditarem que vai ser giro. E acho que vai.”

Correcção: Inicialmente, previa-se que a apresentação dos IPMA estaria a cargo de Daniela Ruah, como aqui se escreveu, mas foi substituída nessa função por Sónia Araújo. A correcção já foi feita.

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