Cinco entidades portuguesas ganham 10 milhões do programa espacial Copernicus

As empresas Frezite High Performance, Active Space Technologies, Critical Software e Deimos Engenharia e o INEGI vão participar no processo de fabrico de novos satélites do programa europeu Copernicus.

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Imagem aérea de Sevilha captada em 2019 pelo Sentinel-2 do Copernicus DR

O programa Copernicus, cujo objectivo é colocar no mínimo mais 12 satélites em órbitra para melhor observação da Terra, vai contar com o contributo de quatro empresas e de um instituto português. De acordo com o comunicado divulgado este sábado pela Agência Espacial Portuguesa, os contratos, no valor global de 10 milhões de euros, foram ganhos pela Frezite High Performance, pela Active Space Technologies, pela Critical Software, pela Deimos e pelo Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), que terão a seu cargo alguns dos componentes necessários para o programa financiado pela União Europeia e pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

O maior contrato, de 4,2 milhões de euros, cabe à unidade de negócio da Frezite,  que vai estar envolvida em três das seis novas missões previstas na produção de equipamento de voo, seguindo-se o da Active Space, no valor de 3,2 milhões  (também ligados a três missões). Ao INEGI couberam 1,5 milhões de euros de euros, seguindo-se a Critical Software com 600 mil euros e a Deimos com 500 mil.

A presidente da Portugal Space, Chiara Manfletti, afirmou, citada no comunicado enviado às redacções, que as empresas portuguesas “estão a expandir a sua presença em projectos com cada vez mais valor acrescentado e também a subir na cadeia de valor, reforçando, assim, o sector espacial português”. Isso, a curto prazo, “irá exigir mais recursos humanos, com maiores qualificações”, diz a mesma responsável.

Os novos satélites, que deverão começar a ser lançados a partir do final de 2025, vão juntar-se aos actuais 30 que fazem parte da rede Sentinel, estando o seu financiamento ainda dependente do quadro financeiro plurianual da União Europeia, que está na recta final da fase de negociações.

“A decisão de contratualizar a construção dos novos satélites”, diz o comunicado da Agência Espacial Portuguesa, “acontece depois dos Estados-membros da ESA terem aprovado e subscrito a nova fase do programa Copernicus na Conferência Ministerial Space19+” no final do ano passado. Na altura, Portugal “subscreveu um total de cinco milhões de euros do Copernicus, com o objectivo de dar às empresas portuguesas a oportunidade de virem a liderar o desenvolvimento de subsistemas relevantes para as missões”.

Não obstante, olhando para os montantes globais do projecto, percebe-se que a participação portuguesa é residual, já que o valor global das adjudicações é de 2,5 mil milhões de euros. Os principais fornecedores serão, de acordo com o comunicado, a Thales Alenia Space, a OHB System e a Airbus Defence and Space.

Uma vez lançados para o espaço, os novos satélites vão fornecer informações para “o estudo e compreensão dos processos climáticos” e ajudar a acções de mitigação dos dos efeitos dos seres humanos no planeta.

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