Alemanha
E se os cães conseguirem detectar a covid-19 através do olfacto?
O uso de cães pode agora juntar-se à medição da temperatura corporal como medida de controlo à entrada de espaços com grande concentração de pessoas, durante a pandemia de covid-19.
Já são usados para detectar doenças, explosivos ou drogas e há agora sinais de que cães farejadores podem ser úteis na luta contra a covid-19. Tanto na Alemanha como no Chile, estão a ser desenvolvidos programas de treino para que cães sejam capazes de detectar a presença do novo coronavírus através do faro. O objectivo é, depois, usar os animais em espaços com uma grande circulação de pessoas, como aeroportos ou centros comerciais, para ajudar a perceber se há possíveis infectados no meio da população.
Na Alemanha, os cientistas da Universidade de Medicina Veterinária de Hanôver perceberam, após uma semana de treinos, que os cães têm uma capacidade de detecção do vírus relativamente alta ao farejarem amostras de muco e saliva, tanto de doentes como de pessoas saudáveis. “Em países com acesso limitado a testes, os cães podem ter o potencial de ser usados em massa para detectar as pessoas infectadas”, concluiu a equipa responsável pelo estudo. Contudo, ressalvam, “é preciso mais trabalho para se perceber melhor as limitações de usar os cães para detectar doenças respiratórias virais”.
Já a polícia chilena está a trabalhar com a Universidade Católica do país. Neste caso, estão a ser colocadas gazes nas axilas de pessoas infectadas ainda na fase inicial da doença durante 15 minutos. A amostra é depois utilizada nos treinos com os cães, já treinados para a identificação de explosivos e drogas através do olfacto. "Um cão pode cheirar cerca de 250 pessoas no espaço de uma hora. A sua capacidade olfactiva é tão grande que conseguiriam identificar a doença ainda na fase inicial. Ou seja, até uma pessoa assintomática pode ser detectada pelos cães", revela Julio Santelices, da polícia chilena, à CNN.
Texto editado por Ana Maria Henriques