Um baloiço com vista para o Parque Nacional da Peneda-Gerês

Madeira, cordas e uma vista de 360 graus a 900 metros de altitude na serra do Soajo, em território que é Reserva Mundial da Biosfera mesmo às portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Este é o baloiço do Mezio.

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Baloiço do Mezio Junta de Freguesia de Cabana Maior
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Baloiço do Mezio Junta de Freguesia de Cabana Maior
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Baloiço do Mezio Junta de Freguesia de Cabana Maior
,Arcos de Valdevez
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Baloiço do Mezio Junta de Freguesia de Cabana Maior

O local é “especial”, sobretudo ao pôr-do-sol, “fantástico”: “durante meia hora, há uma variação de cores incrível”; o local está a 900 metros de altitude na serra do Soajo, em território que é Reserva Mundial da Biosfera, mesmo às portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG). Acrescente-se madeira, cordas (“numa estrutura gigante”), panorâmica de 360 graus e obtém-se o baloiço do Mezio.

“Isto é bonito, embora não muito alto, o ponto mais alto da nossa freguesia é 1413 metros. Pensámos, vamos erguer aqui a estrutura, terá um impacto visual engraçado e será uma coisa diferente”, conta Joaquim Campos, o mentor do projecto. Também ajuda que as Portas de Mezio (uma das cinco entradas oficiais do PNPG) estejam a 500 metros, as Lagoas de Travanca, com o seus passadiços “não agressivos, apenas para melhorar as acessibilidades” não estejam muito mais distantes, e a aldeia de Soajo seja vizinha de Cabana Maior (Arcos de Valdevez), a aldeia deste baloiço - que é a antecâmara “voadora” de um paraíso natural.

É, também, “um investimento simples”, mas de “retorno imediato”, avalia o seu mentor, Joaquim Campos. Em 15 dias, terão passado por lá “cerca de duas mil pessoas”, avalia (com contactos de “pessoas de fora da região, até de Lisboa”, que “querem vir cá, ficar cá e conhecer o baloiço”); no Instagram, alcançaram, diz, “100 mil pessoas” (a página oficial tem quase 1100 seguidores). Nas fotografias, os ingredientes habituais, a silhueta do baloiço (7,60 metros de altura e arcaboiço generoso) que se empoleira num afloramento rochoso, a paisagem larga a desdobrar-se em montes e vales e a declinar-se a várias horas do dia, um felizardo que se embala como se voara. “

“É uma atracção muito boa”, defende Joaquim Campos, presidente da Junta de Freguesia de Cabana Maior e do Conselho Directivo dos Baldios da freguesia, as entidades que gerem a atracção. Contudo, opina o autarca, o baloiço acaba por ser apenas “um pormenor”.

A ideia é tentar levar, “guiar”, pessoas para a zona e dinamizar toda a oferta, desde as casas de turismo rural aos restaurantes, sem esquecer o Parque de Campismo da Travanca, a “um quilómetro” do baloiço (e com direito a branda no seu interior e visita regular de, por exemplo, vacas cachena). Em troca, Cabana Maior e toda a região oferece o que tem de melhor o património histórico, cultural e, claro, natural.

Este é o grande trunfo destas paragens e sofreu um duro revés em 2016, quando a ideia do baloiço surgiu pela primeira vez a Joaquim Campos, inspirado, assume, por outras experiências no país (onde estes começam a proliferar, um pouco na senda dos passadiços). Um incêndio no PNPG, que começou a cerca de 500 metros onde hoje se ergue o baloiço, consumiu 15 mil hectares de floresta e pastagens na área da freguesia - “Não fazia sentido colocar um baloiço para ver uma área ardida”.

Quatro anos e um processo de reflorestação de 40 hectares depois – foram plantadas 35 mil árvores, entre carvalhos, castanheiros, vidoeiros, pinheiros-bravos e medronheiros, por exemplo –, a altura de “reactivar o projecto e mostrar a intervenção na área” chegou em Março, quando foi apresentado ao município de Arcos de Valdevez, que o considerou “interessante”. O baloiço foi encomendado em Viana do Castelo e inaugurado no dia 11 de Julho, feriado municipal.

Desde então, “das 8h às 24h”, há sempre quem esteja por lá, a pairar na paisagem (que, no próximo ano, vai ter uma novidade, o Parque Biológico do Mezio que abrirá na Páscoa: “Quem estiver no baloiço verá os animais por cima”). “Sem muito aglomerados”, nota Joaquim Campos. O acesso é livre - e fácil: uma caminhada de 120 metros e acessível, garante o responsável que, claro, já experimentou o baloiço. “É fabuloso”, diz - não esperávamos outra coisa.

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