António Costa oferece máscaras portuguesas aos líderes europeus
Cada um dos líderes que se reúnem nesta-sexta-feira na cimeira do Conselho Europeu, em Bruxelas, vai receber uma caixa com máscaras reutilizáveis certificadas e 100% nacionais. Também o calçado do primeiro-ministro, com solas de cortiça, tem cunho português.
Para a primeira cimeira presencial do Conselho Europeu, desde o início da pandemia, que decorre nesta sexta-feira em Bruxelas, António Costa apresentou-se apetrechado de produtos portugueses. A cada um dos líderes europeus, o primeiro-ministro português ofereceu uma caixa de cortiça que contém seis máscaras cirúrgicas reutilizáveis e certificadas pelo centro tecnológico Citeve (nível 2), todas produzidas em Portugal. Enquanto duas delas apresentam os nomes dos homólogos de António Costa e as bandeiras dos países que representam, as outras mostram padrões associados ao país, como galos de Barcelos.
Segundo Gio Rodrigues, designer português e um dos criadores das máscaras oferecidas, esta é uma forma não só de “ajudar a divulgar o nosso país”, como de “alertar as pessoas a poupar o ambiente”, já que as máscaras são reutilizáveis. Também os tecidos são nacionais e, segundo o designer, “houve a preocupação de fazê-las numa perspectiva mais unissexo e com designs que se enquadrassem com qualquer indumentária”.
O criador de moda, que se dedica maioritariamente a vestuário de casamentos, viu-se obrigado a reajustar a sua oferta durante a pandemia e lançou uma linha de máscaras em Junho. Agora, 30 dos seus modelos chegam ao Conselho Europeu, pelo que cada um dos líderes vai receber uma caixa com máscaras esteticamente diferentes dos restantes. Quanto à inspiração para os padrões, foi dada liberdade aos criadores, sendo que “basta o designer ser português para que isso se reflicta no produto”, explica Gio Rodrigues.
Mas não só nas ofertas se viram produtos portugueses. O calçado de António Costa, diferente do habitual, também tem cunho nacional. “A sério? Estamos surpreendidos, mas contentes”, revela Pedro Abrantes, fundador e sócio d'As Portuguesas, a marca de sapatos com sola de cortiça, ao PÚBLICO, ao saber que o seu calçado foi a escolha do governante para se apresentar na cimeira em Bruxelas.
A marca, criada há seis anos, é 100% sustentável e recorre à cortiça recolhida em Santa Maria da Feira, pela Corticeira Amorim, e por borracha natural, sendo que o processo é concluído nas fábricas de Guimarães e Paredes de Coura. Pedro Abrantes reforça que a sola, característica dos produtos da marca, está patenteada, o que a torna “única no mundo”. “Pelo que sei, o primeiro-ministro recorre a eles por uma questão de conforto, mas estou certo que não será apenas isso”, acrescenta, apontando para que esta seja também uma forma de “valorizar o país e mostrar lá fora os nossos produtos e recursos”, o que é também um objectivo da marca portuguesa.
Na verdade, a marca quer ser “global”, mas sempre “sem esquecer o mercado nacional”. Segundo Pedro Abrantes, os produtos d'As Portuguesas são comercializados em 55 países, com maior peso nos Estados Unidos da América, Canadá, Alemanha e Reino Unido.