China superou as previsões e cresceu 3,2% no segundo trimestre

Apesar do ritmo fraco do consumo interno e do investimento, o primeiro país a enfrentar o surto de covid-19 voltou a crescer em plena pandemia mundial.

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O consumo interno continua a um ritmo fraco LUSA/ALEX PLAVEVSKI

Depois de uma contracção histórica nos três primeiros meses do ano, a China voltou a crescer entre Abril e Junho, conseguindo registar, em plena pandemia da covid-19, uma expansão de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em relação a igual período do ano passado.

A informação foi revelada nesta quinta-feira pelo Gabinete Nacional de Estatísticas chinês e representa um regresso ao crescimento a um ritmo superior ao que previam as melhores previsões (2,4%).

No primeiro trimestre, a segunda maior economia global tinha caído 6,8% em termos homólogos e, apesar de o desempenho do PIB ter voltado a terreno positivo, o consumo interno e o investimento continuam a um ritmo fraco, nota a Reuters. É um regresso ao crescimento, mas no ritmo mais baixo desde que a China começou a divulgar dados trimestrais a partir de 1992.

O foco do novo coronavírus foi identificado na cidade de Wuhan no final de Dezembro e, em Fevereiro, o centro da pandemia passou a estar na Europa, estando agora no continente americano o maior número de casos confirmados.

“É uma recuperação liderada pelos estímulos do governo, muito focada na indústria. Os consumidores continuam muito cautelosos”, afirmou à Reuters Rodrigo Catril, do banco australiano NAB (Sidney), lembrando que o mercado está a olhar para essa “cautela” para ver como evoluirá o consumo nos países onde este indicador tem um peso importante no conjunto do PIB, sendo importante para acompanhar a situação na maior economia mundial, os Estados Unidos.

Nesta quinta-feira, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou que o mundo “não está fora de perigo” e avisou que a crise entrou numa nova fase que exige flexibilidade para assegurar “uma recuperação sustentável e equitativa”.

O FMI prevê que a economia mundial possa recuar 3% em 2020, com uma queda de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão, lembra a Lusa. Para Portugal, a previsão do FMI é de uma queda do PIB de 8% em 2020.

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