Acusação do BES é “boa notícia”, diz Marcelo: “Mais vale tarde do que nunca”
Presidente da República sublinha que “ninguém está acima da lei” e que as evoluções dos casos Tancos, Marquês, BES e outros fazem com que os portugueses “acreditem mais na justiça”.
O Presidente da República congratulou-se esta quarta-feira com a acusação deduzida contra Ricardo Salgado e outras 24 pessoas no caso BES, considerando que se trata de uma boa notícia, apesar de ter demorado tanto tempo. “Passava muito tempo, muitos anos, mais do que uma legislatura, mas mais vale tarde do que nunca”, afirmou aos jornalistas.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, é positivo que “no espaço de meses” vários processos judiciais mediáticos e envolvendo diversas personalidades do mundo da finança, da política, da justiça e do edifício administrativo tenham evoluído de forma visível. Referiu-se em concreto ao caso de Tancos, em que é arguido o antigo ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes; ao processo Marquês, protagonizado pelo antigo primeiro-ministro José Sócrates, que terminou a fase de instrução e está para despacho; e também ao processo do BES, cuja acusação foi agora conhecida.
Tudo “boas notícias”, considerou, referindo-se à evolução dos respectivos processos judiciais e ainda, sem nomear, aos processos Lex (envolvendo o juiz Rui Rangel) e ao dos “vistos gold”, em que foram absolvidos o antigo ministro da Administração Interna Miguel Macedo e o antigo director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras Manuel Jarmela Palos.
“Tudo no espaço de meses, o que é positivo, porque assim os portugueses acreditam mais na Justiça e também na democracia”, considerou o chefe de Estado, depois de sublinhar que “não há ninguém, nenhum órgão de soberania, acima da lei”.
Questionado se os atrasos da justiça não fazem perder a eficácia, Marcelo Rebelo de Sousa recordou que algumas diligências processuais internacionais podem fazer atrasar os processos – uma referência específica ao caso BES -, mas relativizou: “Tudo menos desistir da justiça, é desejável ser mais cedo mas mais vale tarde do que nunca”. “É muito importante que a justiça seja uma realidade em que os portugueses possam acreditar”, concluiu.