Covid-19: profissionais da Cultura apelam a líderes europeus para que invistam no sector
A cantora islandesa Björk, a coreógrafa belga Anne Teresa De Keersmaeker e o músico francês Jean-Michel Jarre são outros dos subscritores do apelo, que tem em vista o próximo Conselho Europeu.
Mais de 40 profissionais europeus da Cultura, incluindo os portugueses Salvador Sobral e Tiago Rodrigues, apelaram aos líderes da União Europeia para que invistam no sector cultural e criativo.
O comunicado, dirigido à União Europeia e divulgado esta segunda-feira pela Associação de Produtores Independentes de Televisão (APIT), que integra a direcção da Confederação Europeia de Produção Independente (CEPI), promotora da iniciativa, é subscrito por 45 profissionais ligados ao sector cultural de 16 nacionalidades diferentes, incluindo o músico e intérprete Salvador Sobral e Tiago Rodrigues, actor, encenador e director artístico do Teatro Nacional D. Maria II.
“Como criadores e profissionais do sector, apelamos aos líderes da União Europeia para serem ousados e investir na cultura e nas artes, para, desta forma, investir no nosso futuro criativo”, defendem os subscritores, entre os quais estão também a cantora islandesa Björk, a coreógrafa belga Anne Teresa De Keersmaeker e o músico francês Jean-Michel Jarre.
Aqueles profissionais, lembrando que “a cultura europeia está no meio de uma crise”, salientam que “as decisões que forem agora tomadas definirão o futuro da vida cultural e criativa europeia na próxima década”. “Desde o início da pandemia da covid-19 que teatros, cinemas, salas de espectáculos, museus e outros locais de expressão cultural permanecem fechados e muitos simplesmente não irão reabrir”, lembram, acrescentando que “o resultado deste encerramento foi o de espremer o sector cultural e criativo, agravando a situação desesperante em que a cultura, as artes e todo o sector criativo se encontram”. Para estes profissionais, “apesar das fortes mensagens dos líderes da União Europeia de que o sector seria firmemente apoiado, as actuais propostas de plano de recuperação e orçamento europeu estranhamente não consideram essa urgência”.
Os subscritores defendem a necessidade de “um plano que ressuscite o ecossistema cultural europeu e inspire a próxima geração de europeus”. “Isso significa fornecer os recursos financeiros a um nível que permita que arte, cultura, empresas culturais e criativas, criadores e trabalhadores criativos continuem o seu trabalho, sobrevivam e possam prosperar no futuro. Esta é uma oportunidade para a UE demonstrar de forma clara que honra os seus valores. Chegou a hora de a Europa ser ambiciosa e investir no seu futuro criativo”, advogam.