Pelo menos 700 familiares de membros do Estado Islâmico mortos em campos na Síria

ONU alerta que o grupo jihadista está a ganhar força e que as mortes nos campos de detenção criaram “sentimentos de raiva”.

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No campo de al-Hol, há “falta de medicamentos e de comida” ALI HASHISHO/Reuters

O chefe antiterrorismo das Nações Unidas disse que 700 pessoas morreram recentemente em dois campos no nordeste da Síria, onde cerca de 70 mil estão detidas, principalmente mulheres e crianças ligadas aos combatentes do Estado Islâmico.

As cerca de 70 mil pessoas estão detidas em “condições muito difíceis”, apontou Vladimir Vorontsov, durante uma conferência de imprensa na quinta-feira, indicando que as pessoas, incluindo crianças, morreram por “falta de medicamentos e de comida” nos campos al-Hol e Roj, que são supervisionados por forças lideradas por curdos aliados dos Estados Unidos na luta contra o grupo jihadista.

As mortes nos campos criaram “sentimentos de raiva”, denunciou o responsável.

Vorontsov exortou a comunidade internacional a enfrentar “o enorme problema” sobre o que fazer com estas pessoas, alertando que mantê-las nos campos “é muito perigoso”.

O responsável advertiu que estes detidos “podem criar materiais explosivos que podem ser muito úteis para os terroristas reiniciarem as suas actividades” na Síria e no Iraque.

O Estado islâmico, que em tempos controlou grandes extensões do Iraque e da Síria, perdeu as suas últimas fortalezas sírias no início de 2019.

Mas apesar da perda do seu autodenominado califado, os peritos da ONU afirmaram no início deste ano que o grupo extremista está a acumular ataques cada vez mais ousados na Síria e no Iraque e está a planear a fuga dos seus combatentes em instalações de detenção.

Para além dos campos de al-Hol e Roj, os combatentes curdos mantêm milhares de combatentes e jovens nas prisões.