Cervejaria Galiza encerra definitivamente

Administrador de insolvência decidiu, em diálogo com os trabalhadores, que não havia condições para manter a cervejaria. Sindicato de hotelaria lamenta o desfecho

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Anna Costa / PUBLICO

A cervejaria Galiza, que desde Novembro passado estava a ser gerida pelos trabalhadores, encerrou portas esta quarta-feira. A decisão foi tomada numa reunião no dia anterior, depois de o administrador de insolvência e os trabalhadores terem concordado não haver condições para manter o restaurante a funcionar. “Infelizmente com a questão da pandemia houve quebras muito grandes na receita e, depois do processo de insolvência, não houve condições de continuar”, confirmou ao PÚBLICO Nuno Coelho, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte.

Para Nuno Coelho este não só não era o desfecho desejado como não era inevitável. “Não estávamos a contar”, admitiu, dizendo que o sindicato estava disponível para continuar a acompanhar os trabalhadores na luta pela Galiza.

Os cerca de 30 trabalhadores ficam agora com o fundo de desemprego e é preciso esperar até ao dia 4 de Julho para saber o que será feito ao espaço. Na assembleia de credores marcada para essa data será decidido se o restaurante será vendido, colocado num leilão ou mesmo se há já interessados na compra.

Fundada a 29 de Julho de 1972, a cervejaria detida pela empresa Actividades Hoteleiras da Galiza Portuense é uma das referências do Porto no sector da restauração. Nos anos 80 e 90, a Galiza era, a partir das dez da noite e madrugada dentro, espaço de longas tertúlias portuenses. Com artistas, gente do desporto, políticos. Depois de se saber dos problemas que enfrentava, várias figuras públicas ou políticos demonstraram apoio aos trabalhadores da Cervejaria Galiza ao longo dos últimos meses.

Em Junho, o Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia declarou a insolvência da Cervejaria Galiza, uma requisição de um dos credores por uma dívida de quase 12 mil euros.

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