Valtteri Bottas vence GP Áustria

Em dia de penalizações, Lewis Hamilton acabou fora do pódio. Red Bull com dia para esquecer e Ferrari surpreende com Leclerc em segundo. Lando Norris terminou em terceiro.

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Valtteri Bottas (Mercedes) venceu este domingo o primeiro Grande Prémio da temporada de Fórmula 1, liderando desde o início, em Spielberg, na Áustria, uma corrida marcada pelos castigos impostos a Lewis Hamilton e pelo infortúnio dos Red Bull. 

Destaque para o instinto de sobrevivência de Charles Leclerc (Ferrari), que chegou ao segundo lugar sem que ninguém desse por isso, enquanto Lando Norris (McLaren) aproveitou a penalização de cinco segundos de Hamilton e Sergio Pérez para “subir” ao pódio.

Mas o ansiado arranque do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 revelou, além das bem disfarçadas fragilidades da Ferrari - que só na Hungria, depois da dose dupla de Spielberg, apresentará a sua verdadeira essência - aspectos contraditórios. Desde logo, a solidariedade de pilotos - e não só - que assumiram a anunciada posição de apoio à luta contra o racismo.

Gesto que contrasta claramente com a tentativa persecutória da Red Bull em relação à Mercedes: Depois da derrota na questão do DAS, sistema controverso introduzido pelos “flechas de prata” desde os testes em Barcelona (que a própria Red Bull espera poder adoptar), a equipa austríaca apresentou nova queixa relativamente à infracção de Lewis Hamilton na última volta da qualificação, por não ter abrandado quando o companheiro de equipa saiu de pista, accionando a bandeira amarela.

Depois de ilibado no sábado, Hamilton foi penalizado e notificado a uma hora e 25 minutos da partida de que seria relegado para a quinta posição da grelha, com Max Verstappen a assumir a vaga ao lado de Valtteri Bottas, na primeira linha.

O campeão em título superou esta trama com fair play, aguardando o momento para recuperar a posição, enquanto Verstappen, vencedor dos dois últimos Grandes Prémios da Áustria, aspirava ao hat-trick com uma estratégia diferente de todos os pilotos do top 10, apostando em pneus médios, menos rápidos no arranque, mas que em tese poderiam compensar a médio prazo, especialmente com as altas temperaturas, a rondar os 30 graus centígrados, que se fizeram sentir em Spielberg. 

Infelizmente para o holandês, não foi possível testar a teoria da equipa que melhor conhece os cantos do Red Bull Ring, já que Verstappen só durou 11 voltas, até perceber que não só não voltaria a vencer em casa, como nem sequer teria a possibilidade de acabar a corrida, por problemas de transmissão.

Quanto a Hamilton, enquanto Bottas cavava um fosso para a concorrência, o regresso à terra de Lando Norris (McLaren) e a menor competitividade do segundo Red Bull, de Alex Albon, encarregar-se-iam de repor a ordem natural da vida na Fórmula 1, com o hexacampeão a aproveitar o DRS para passar Albon e juntar-se ao companheiro de equipa na luta pelo primeiro lugar do pódio, provando que a Mercedes está um passo à frente de toda a gente. 

Enquanto isso, para além de Max Verstappen, o Red Bull Ring fazia mais vítimas entre as segundas linhas, com Daniel Ricciardo (Renault) sem potência, Lance Stroll (Racing Point) com problemas de sensores e Kevin Magnussen (Haas) a sair de pista e a provocar a entrada do safety car... momento ideal para uma troca de pneus que por pouco não provocou um acidente entre Sergio Pérez (Racing Point) e Lando Norris (McLaren) à saída das boxes.

Com a saída de cena do safety car, Sebastian Vettel tentou ultrapassar o espanhol Carlos Sainz (McLaren) - que ocupará o lugar do alemão, na Ferrari, em 2021 - e acabou a rodopiar na terceira curva, após um contacto entre os dois carros.

Na frente, a Mercedes tentava controlar os ímpetos de Hamilton e Bottas, lembrando aos dois que tinham de conter-se por causa de problemas de caixa. Tarefa facilitada por nova entrada em pista do safety car, que teria trabalhos forçados pouco depois, quando Kimi Räikkönen (Alfa Romeo) perdeu, inexplicavelmente, uma roda dianteira.

Nesse hiato, Alex Albon, que consumara a ultrapassagem a Sergio Pérez, mudou para pneus macios e lançou-se no ataque a Lewis Hamilton. Mas tal como no GP do Brasil, em 2019, Albon precipitou-se e perdeu a possibilidade de lutar pelo pódio, não evitando um toque com o britânico, que atirou o Red Bull para a gravilha e para o último (13.ª) lugar, antes de abandonar por problemas mecânicos.

Lewis Hamilton sofreu uma penalização de cinco segundos, acabando fora do pódio já que Charles Leclerc (Ferrari) e Lando Norris (McLaren) aproveitaram os erros de Hamilton e Sergio Pérez (sofreu, igualmente, uma penalização de cinco segundos por acelerar no pit lane).

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