No Dia Internacional sem Sacos de Plástico, Quercus apela: reutilizem
No Dia Internacional sem Sacos de Plástico, a associação lembra que à crise climática se junta “uma brutal crise económica” e apela à adopção de materiais reutilizáveis no dia-a-dia, mesmo durante a pandemia de covid-19.
A Quercus apelou esta sexta-feira, 3 de Julho, à reutilização dos sacos de plástico e ao seu correcto encaminhamento para reciclagem, bem como à adopção de materiais reutilizáveis nas práticas do dia-a-dia, como as máscaras comunitárias.
No Dia Internacional sem Sacos de Plástico, que hoje se assinala, a associação lembra que à crise climática se junta “uma brutal crise económica”, decorrente da pandemia covid-19, e que é fundamental acelerar a transição “para o modelo de economia mais circular”, onde se valorizam mais os recursos, minimizando o seu consumo, reutilizando e fazendo o encaminhamento correcto dos resíduos.
Em comunicado, a Quercus destaca que a introdução de uma taxa por cada saco de plástico em Portugal, a partir de 2015, provocou uma forte mudança dos hábitos dos portugueses e que esta medida levou à redução em cerca de 50% no consumo de sacos de plástico nos supermercados.
“Ainda assim é necessário não descuidar este hábito, reutilizando ainda mais os sacos e optando por adquirir, apenas quando estritamente necessário, aqueles que incorporem ou sejam 100% compostos por plástico reciclado”, insiste.
Repetindo a frase de que “em 2050 provavelmente teremos mais plástico do que peixe no oceano”, a Quercus defende que é importante não esquecer que a crise climática está longe do fim e que a poluição marinha “já afecta directamente as pessoas através dos alimentos que ingerem e da sua crescente incapacidade de absorver o CO2 que é produzida em excesso”. “Esta incapacidade é o efeito das pressões exercidas por nós, seres humanos, através do consumo excessivo de recursos e dos comportamentos adoptados”, acrescenta.
Além do apelo à reutilização de sacos de plástico e ao seu correcto encaminhamento para reciclagem, a Quercus apela igualmente à adopção de materiais reutilizáveis nas práticas do dia-a-dia, como a utilização de máscaras comunitárias e a opção por recipientes reutilizáveis para take away, “contrariando as tendências que durante a actual situação de pandemia se prevê relativamente ao consumo de descartáveis”.
“Estima-se que a cada minuto se despeje no mar o equivalente a um camião cheio de lixo de plástico, onde se pode encontrar objectos tão diversos como garrafas de água e refrigerantes, copos, garfos, facas, pratos, colheres de café, cotonetes, sacos dos mais diversos tipos, redes de pesca, beatas e esferovite”, recordam os ambientalistas.
Cerca de 80% destes materiais em plástico - sublinham - “são resultado de produtos consumidos em terra e muitos abandonados fora de qualquer contentor, ou nas areias das praias, voando até os rios e mares”.
A Quercus frisa que os números “falam por si e são assustadores”, lembrando que a ONU estima que a cada ano sejam lançados para os oceanos oito milhões de toneladas de plástico. “E todos somos responsáveis por isso”, insiste a associação, pedindo uma mudança de paradigma.