A Mercedes vai iniciar o Campeonato do Mundo de Fórmula 1 com uma nova decoração nos monolugares, em tons de negro, em protesto contra o racismo, anunciou a escuderia germânica.

A cor tradicional que tem sido usada desde 1954 nos carros da actual campeã de construtores é o prateado, mas em 2020 correrá de preto durante toda a temporada. Além disso, surge escrita no halo (elemento de protecção da cabeça do piloto) a expressão “End Racism (acabem com o racismo)”.

Também os pilotos da equipa, o finlandês Valtteri Bottas e o britânico Lewis Hamilton, o único piloto negro em toda a história da Fórmula 1, estarão equipados com fatos negros e novas decorações nos capacetes.

“O racismo e a discriminação não devem ter lugar na nossa sociedade, no nosso desporto ou na nossa equipa. Este é um ponto de honra da Mercedes. Mas ter os comportamentos adequados não é o suficiente se nos mantivermos em silêncio”, explicou o director desportivo da equipa, Toto Wolff.

Já Lewis Hamilton, seis vezes campeão mundial, considera que é “importante aproveitar o momento”. “Devemos educar-nos, quer sejamos um indivíduo, uma marca ou uma empresa, para tornar reais as mudanças de forma a assegurar a igualdade”, precisou.

Hamilton confessa que já viveu episódios de racismo e viu “muitos amigos e familiares” a passarem pelo mesmo. “Falo do coração quando apelo a uma mudança”, frisou, explicando que o objectivo passa por “construir um legado que vá para além do desporto”.