Vila do Conde e PSD dão pontapé de partida para autárquicas de 2021

Há dois outdoors de Pedro Soares afixados em estruturas que são do partido nos acessos à cidade.

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PSD é o primeiro partido a afixar cartazes sobre as autárquicas de 2021 Rui Gaudencio

A vontade de Pedro Soares ganhar pela primeira vez a Câmara de Vila do Conde para o PSD pode não ser proporcional aos votos dos eleitores mas a verdade é que já ninguém lhe tira a ousadia de ser o primeiro candidato a dar-se a conhecer ao afixar os primeiros cartazes do país relativamente às eleições autárquicas de 2021. Para além da frase ”Vila do Conde Primeiro!” e do logotipo do PSD, o cartaz exibe uma fotografia do candidato em pose informal. 

Apoiante de Rui Rio nas eleições directas no PSD, Pedro Soares, professor do primeiro ciclo e coordenador há 18 anos da escola nº1, a mais antiga da cidade, considera que as eleições autárquicas do próximo ano “são uma oportunidade única para o PSD ganhar a autarquia”, uma “vitória” que, admite, pode acontecer, embalada pela “imagem de credibilidade” que o presidente social-democrata tem vindo a emprestar ao partido.

Desta vez, o candidato do PSD - que ainda não o é oficialmente porque a sua candidatura ainda não foi aprovada pela concelhia local do partido à qual preside - é um militante com a experiência autárquica e um currículo no mundo do futebol. Ao contrário do presidente do líder do PSD, Pedro Soares combina bem o futebol com a política e não vê “nenhuma incompatibilidade” entre estes dois mundos. Durante 10 anos foi vice-presidente do Rio Ave Futebol Clube, um cargo que deixou há cerca de cinco anos para integrar a direcção da Associação de Futebol do Porto (AFP). O mandato como vice-presidente da AFP terminou em Abril e por causa da candidatura autárquica decidiu afastar-se da direcção.

A sua entrada no PSD, aos 18 anos, acontece depois de deixar a liderança da JSD de Vila do Conde e agora, a meio ano de completar 50 anos, lança-se num desafio difícil ao protagonizar uma candidatura a um concelho com uma grande tradição socialista. O facto de ter sido vereador durante quatro anos (integrou a lista liderada por Delfim Maia, em 1997) e deputado municipal dá-lhe algum conforto para aquele que é talvez o maior desafio político da sua vida.

Antes de ser eleito vereador, Pedro Soares foi deputado municipal e depois de cumprir o mandato como autarca no executivo municipal, candidata-se à presidência da Junta de Freguesia de Vila do Conde, mas perde para o socialista José Maria Postiga.

Licenciado em Matemática e Ciências, o professor do primeiro ciclo acredita que as propostas que tem para a cidade vão fazer a diferença nas eleições autárquicas do próximo ano e, em declarações ao PÚBLICO, revela algumas das suas ideias para o concelho que quer liderar.

“Vila do Conde tem de ter um novo paradigma. Vila do Conde precisa de melhorar as acessibilidades e de apostar na mobilidade Queremos uma nova mobilidade para a cidade, pretendemos devolver o rio às pessoas e vamos criar mais zonas pedonais”, revela o quase candidato que promete reverter, caso seja eleito, o contrato de concessão de exploração e gestão e sistemas de abastecimento de água para consumo público e de recolha, tratamento e rejeição de efluentes, celebrado em Julho de 2008 entre câmara e a Indáqua Vila do Conde. “Com esta concessão, o preço da água tornou-se insuportável”, declarou.

Sobre o segundo mandato da independente Elisa Ferraz (que já foi eleita na lista do PS), o social-democrata opta por não comentar, afirmando apenas que a “presidente da câmara distanciou-se do projecto de proximidade que prometeu aos vilacondenses”. Quanto a Victor Costa, o professor universitário que o PS vai candidatar à câmara, diz que o “partido não lhe vai perdoar não ter apoiado as candidaturas de António Caetano à câmara e de Abel Maia à assembleia municipal”, em 2017

A pouco mais de um ano das eleições autárquicas, que são absolutamente determinantes para o futuro politico de Rio e também do partido, o candidato promete ter a sua equipa fechada até ao final do ano, quer para a câmara, quer para as juntas de freguesia onde pretende fazer uma “aposta forte”. 

Oficialmente, a candidatura de Pedro Soares deverá ser aprovada em breve pela comissão política concelhia e, posteriormente, pela distrital do Porto, liderada por Alberto Machado.

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