PCP acusa Governo de “favorecer grandes empresas” e deixar “de lado” trabalhadores
Os comunistas defendem a “proibição do despedimento” em tempos de pandemia e a “reposição do salário a 100% a todos os trabalhadores que estando em regime de layoff estejam disponíveis para trabalhar”.
O líder do PCP acusou neste domingo o Governo de “favorecer as grandes empresas” e deixar “de lado” os trabalhadores e pequenos empresários, lamentando que as medidas dos comunistas tenham ficado de fora do orçamento suplementar.
As medidas do PCP “tinham e têm pés para andar, tendo em conta a disponibilidade do Governo para as considerar. Só que, olhando para o orçamento suplementar, afinal não estão lá”, afirmou o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa.
Para o líder do PCP, o orçamento suplementar, apresentado pelo Governo do PS, centra-se “em medidas que só vão favorecer as grandes empresas, deixando de lado os trabalhadores, os micro, pequenos e médios empresários, que vivem à beira da falência”.
“Dizem-nos assim: “não há dinheiro que sobre para isso tudo”. Não? Então para o Novo Banco e então os milhares de milhões de euros, alguns anunciados como a fundo perdido, vindos da União Europeia” A virem, vão para onde? E vão para quem?”, questionou.
Jerónimo de Sousa discursava num comício em Portel, no distrito de Évora, no Parque da Matriz, um espaço ao ar livre no centro da vila, com a presença de dezenas de pessoas, todas com máscaras e em lugares marcados, cumprindo o mínimo de um metro e meio de distância.
Num discurso de cerca de dez minutos, o secretário-geral do PCP lembrou que os comunistas defendem a “proibição do despedimento” em tempos de pandemia da covid-19 e a “reposição do salário a 100% a todos os trabalhadores que estando em regime de layoff estejam disponíveis para trabalhar”.
O PCP, disse, também quer a atribuição de "um apoio de 438 euros para quem ficou sem nada” e medidas para “os trabalhadores independentes que perderam os seus rendimentos” e “de valorização do abono de família e apoio efectivo aos micro e pequenas e médios empresários e pequenos produtores”.
Discursando num concelho que é “banhado” pelas águas do Alqueva, Jerónimo de Sousa propôs também “o aumento da produção nacional e regional tendo como alavanca” esta albufeira.
“O Alqueva não é necessariamente só uma barragem, é uma reserva estratégica de água, que potencia as mais-valias do regadio, do turismo e da produção de energia eléctrica”, vincou, alertando que a “ausência de um projecto e de rumo para o Alqueva tem naturalmente consequências”.
De entre as propostas dos comunistas, o líder do PCP destacou “a criação de um banco de terras para os trabalhadores e agricultores com explorações de pequena dimensão e difícil viabilidade”.
A disponibilização de água do Alqueva para as barragem do Monte da Rocha (Ourique) e da Lucifecit (Alandroal) para “reforço dos perímetros de rega ou pelo menos no caso da primeira para o reforço da capacidade de abastecimento humano”, é outras das propostas.