Luanda Leaks: Ministério Público realiza buscas em investigação a Isabel dos Santos

Acção do DCIAP foi confirmada ao PÚBLICO pela Procuradoria-Geral da República.

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Isabel dos Santos é a principal visada nas revelações dos Luanda Leaks Reuters/Toby Melville

As autoridades portuguesas realizaram buscas no âmbito da operação Luanda Leaks, onde estão a ser investigados os negócios da empresária angolana Isabel dos Santos. O PÚBLICO confirmou junto da Procuradoria-Geral da República (PGR) que estas acções do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) foram dirigidas ao universo das sociedades de Isabel dos Santos.

A empresária Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano e considerada a mulher mais rica de África, está a ser investigada, a par de várias figuras da elite angolana, há mais de oito anos pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal por branqueamento de capitais. Isabel dos Santos também é investigada pela Justiça angolana. A Procuradoria-Geral da República do país africano instou, em Maio passado, a empresária angolana a comparecer em Angola para ser ouvida no âmbito do processo-crime de que é alvo.

A TVI24 diz que estas buscas tiveram como alvo a residência de Jorge Brito Pereira, ex-advogado da empresária, e o escritório de advogados Uría Menéndez, onde o causídico trabalhava. O PÚBLICO tentou confirmar esta informação junto do advogado, mas, até ao momento, sem sucesso. Em esclarecimento enviado ao PÚBLICO, o gabinete de comunicação da Uría Menéndez diz que "prestou e continuará a prestar cooperação às autoridades judiciais, com respeito por todos os seus deveres legais e deontológicos”, relembrando que a investigação se prende com a assessoria prestada pelo advogado à empresária nas empresas desta e ainda que Jorge Brito Pereira saiu do escritório de advogados a 23 de Janeiro. 

Jorge Brito Pereira deixou o seu lugar Uría Menéndez após a divulgação da investigação Luanda Leaks. Na altura, em declarações ao PÚBLICO, o advogado justificou a decisão como uma forma de não prejudicar o bom-nome e a reputação” da sociedade de que é sócio desde 2016

O império empresarial construído pela filha do ex-Presidente angolano foi colocado sob escrutínio com as revelações dos Luanda Leaks. O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou a 19 de Janeiro mais de 715 mil ficheiros, baptizados de Luanda Leaks, que detalham suspeitas de esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido que lhes terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano através de paraísos fiscais.

As revelações partiram das descobertas feitas por Rui Pinto, que foram entregues a uma plataforma de apoio a denunciantes africanos, a PPLAAF, que foi fundada por William Bourdon, advogado francês do hacker.

Notícia actualizada às 13h26: acrescentado esclarecimento do escritório de advogados Uría Menéndez

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