Nuno Santos denuncia ameaças após expulsão

Avançado do Rio Ave defendeu-se dos ataques que “ultrapassaram os limites” nas redes sociais.

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LUSA/JOSE COELHO/POOL

O avançado do Rio Ave, Nuno Santos, denunciou esta quinta-feira ameaças recebidas nas redes sociais, na sequência da expulsão no jogo com o Benfica, da 27.ª jornada da I Liga.

O atacante da formação vila-condense recebeu cartão vermelho directo aos 72 minutos, por indicação do vídeo árbitro, após uma disputa de bola com Pizzi, revelando que, após o jogo, recebeu ameaças dirigidas também à família.

“Não sou destas coisas, mas já não é a primeira vez que me acontece isto, mas desta vez passou todos os limites. Podem criticar as minhas exibições ou a minha forma de jogar, cada um tem a sua opinião, mas não admito que ponham em causa o meu profissionalismo e que usem as redes sociais para ameaçar a mim e à minha família. Triste realidade...”, escreveu Nuno Santos nas redes sociais.

O avançado do Rio Ave garantiu que no lance que originou a expulsão “nunca quis colocar em causa a integridade física” de Pizzi, explicando a forma como se desenrolou o lance.

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Eu não sou destas coisas, mas já não é a primeira vez que me acontece isto, mas desta vez passou todos os limites. Podem criticar as minhas exibições ou a minha forma de jogar, cada um tem a sua opinião, mas não admito que ponham em causa o meu profissionalismo e que usem as redes sociais para ameaçar a mim e a minha família. Triste realidade... Se havia alguém que queria ganhar ontem (como sempre) era eu que quero em todos os jogos mostrar que estou pronto para patamares mais elevados. Não importa se joguei no SLB, o que importa é que não são eles que me pagam as contas ao fim do mês, mas sim o RIO AVE que defendo com toda a convicção. Da mesma forma que vibrei quando fui Campeão pelo SLB, vibrei quando fui Campeão Sub17 pelo FCP e sempre que marquei golos aos rivais nas 9 épocas que os representei. Ontem ninguém pode dizer que não estava a dar o meu máximo. Na expulsão, eu tento fazer uma recepção, numa bola que passa por cima de mim. Nem tenho noção de que o Pizzi está ali pois só estou a tentar seguir a bola. O árbitro decidiu pela expulsão mas eu toco na bola em primeiro lugar. Mas dizerem que foi propositado é muito grave. Nunca o faria nem iria colocar em causa a integridade física de um colega propositadamente. Eu acredito muito no futebol português, e por isso descartei a saída em Janeiro para tentar "dar o salto" para um grande português, independentemente da cor. Eu sempre preferi Portugal ao estrangeiro. Mas situações como as ameaças que sofri ontem, só estragam o que temos por cá.

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“Tento fazer uma recepção, numa bola que passa por cima de mim. Nem tenho noção de que o Pizzi está ali, pois só estou a tentar seguir a bola. O árbitro decidiu pela expulsão, mas eu toco na bola em primeiro lugar. Dizerem que foi propositado é muito grave. Nunca o faria nem iria colocar em causa a integridade física de um colega propositadamente”, garantiu.

Nuno Santos chegou a representar o Benfica, tanto nos escalões de formação como na equipa principal, mas vincou o seu profissionalismo na defesa, agora, dos interesses do Rio Ave, deixando a garantia de que dá “sempre o máximo” pela formação vilacondense.

“Se havia alguém que queria ganhar ontem [quarta-feira], como sempre, era eu. Em todos os jogos quero mostrar que estou pronto para patamares mais elevados. Não importa se joguei no Benfica o que importa é que não são eles que me pagam as contas ao fim do mês, mas sim o Rio Ave, que defendo com toda a convicção”, acrescentou.

O avançado lembrou, ainda, a sua passagem pelos escalões de formação do FC Porto, sublinhando os feitos que atingiu a representar os “dragões”.

“Da mesma forma que vibrei quando fui campeão pelo Benfica, também vibrei quando fui campeão sub-17 pelo FC Porto e sempre que marquei golos aos rivais nas nove épocas que os representei. Ontem, ninguém pode dizer que não estava a dar o meu máximo”, afirmou.

Nuno Santos concluiu o texto dizendo “acreditar muito no futebol português”, partilhando que descartou, em Janeiro, um convite para jogar no estrangeiro, por ainda ambicionar “tentar dar o salto para um grande [clube] português, independentemente da cor”.

Depois deste desabafo do avançado do Rio Ave, o Sindicado dos Jogadores veio, através de comunicado, “manifestar apoio a Nuno Santos e condenar as ofensas verbais de que foi vítima, ataques cobardes que os meios digitais propiciam e que colocam em causa a dignidade e reputação do jogador”.

“Num momento em que o futebol precisa de recuperar da crise causada pela pandemia e em que os jogadores estão comprometidos com o esforço que representa um calendário competitivo tão exaustivo, o Sindicato apela ao bom senso e respeito pelos atletas, sem os quais o espectáculo desportivo não existe”, pode ler-se no texto do sindicato.

O organismo aproveitou, ainda, a ocasião para apelar “aos clubes, dirigentes e demais agentes desportivos para que se respeitem mutuamente e cumpram um dever acrescido de zelo, não promovendo a instrumentalização dos adeptos e um discurso de ódio”.

Já o jogador do Famalicão Fábio Martins, que também recentemente denunciou ameaças recebidas nas suas redes sociais, publicou um texto na rede Twitter, que, apesar de não referir directamente Nuno Santos, versava o mesmo tema.

“A maior doença em Portugal não é a covid-19. Chama-se clubite aguda e o pior é que esta, não tem, nem nunca terá uma cura. Não há comentários para o que um jogador de futebol tem de aturar. E por isso é que os que podem, saem daqui o mais rápido que conseguem. E bem!”, escreveu o jogador dos famalicenses.

O Rio Ave perdeu quarta-feira, com o Benfica, por 2-1, com os “encarnados” a conseguiram a reviravolta no marcador, na segunda parte, após as expulsões de Al Musrati e Nuno Santos, que deixaram a equipa vilacondense reduzida a nove unidades.