Os criadores britânicos confirmam que houve um grande aumento da procura de cães durante o confinamento. Agora receiam que algumas famílias os abandonem, assim que se aperceberem do nível de responsabilidade que as espera.
Tal como no resto da Europa, milhões de britânicos passaram quase três meses confinados nas suas casas por causa da pandemia de covid-19. Foi nesta altura que, por exemplo, o Kennel Club, a maior organização de protecção e promoção da saúde e bem-estar dos cães, assistiu a um aumento de 180%, relativamente ao ano anterior, de pedidos de pessoas que procuram animais.
Por isso, muitos criadores mostraram-se preocupados com a possibilidade de a procurar ter aumentado, assim como a aquisição, com o objectivo de as famílias manterem os mais novos entretidos, sem terem a noção do tempo, dinheiro e esforço que implica manter um cão.
Receosos de que alguns cães possam ser entregues a centros de resgate assim que a vida volte ao normal e as famílias começarem a desconfinar, criadores estão à procura do máximo de informação possível sobre os potenciais novos donos e a rejeitar pedidos que não tenham sido bem pensados.
“Geralmente os pedidos são: ‘Eu quero um siberiano preto e branco com olhos azuis. Eu quero um macho, quanto é e posso ir buscá-lo, amanhã?’”, conta Christine Biddlecomble, que cria Husky siberianos com o seu marido Stephen. O casal passou de um a dois pedidos por semana, a ter três a quatro por dia, com alguns a chegarem nas altas horas da madrugada, refere a criadora.
“Esta é uma decisão de uma vida, não apenas uma decisão da covid-19”, acrescenta Jenny Campbell, uma criadora de Suffolk, leste de Inglaterra.
A Grã-Bretanha é uma nação amante de cães, desde a rainha com os seus corgis ao primeiro-ministro com o seu Jack Russell.