Nicotina contribui para cancro do pulmão formar metástases no cérebro

Ao usar o rato como modelo numa experiência de laboratório, a equipa verificou que a nicotina aumenta a formação de metástases no cérebro.

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Paulo Pimenta

A nicotina, uma substância não carcinogénica presente no tabaco, contribui para que o cancro no pulmão se dissemine no cérebro, formando metástases, concluiu um estudo publicado na revista médica Journal of Experimental Medicine.

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina de Wake Forest, nos Estados Unidos, examinou 281 doentes com cancro do pulmão e descobriu que os fumadores de cigarros (cujo número não é indicado) tinham uma incidência significativamente mais alta de cancro do cérebro.

Ao usar o rato como modelo numa experiência de laboratório, a equipa verificou que a nicotina aumenta a formação de metástases no cérebro, ao atravessar a barreira hematoencefálica alterando os microgliócitos, células imunitárias do sistema nervoso central.

Os cientistas concluíram na mesma experiência, divulgada em comunicado, que a substância natural partenolídeo bloqueia as metástases cerebrais induzidas nos ratos pela nicotina. O partenolídeo existe na matricária, planta herbácea originária do Sudoeste da Europa que se encontra frequentemente nas margens dos rios e rochedos e à qual são apontadas propriedades que permitem diminuir a frequência, intensidade e duração das enxaquecas.

Os autores do estudo consideram que o uso desta substância natural pode vir a ser promissor para tratar com mais eficácia e mesmo evitar a formação de metástases no cérebro, em particular em doentes com cancro do pulmão que fumaram ou continuam a fumar. Actualmente, as metástases no cérebro nestes doentes são tratadas com radioterapia.