Em três meses, Portugal tem menos 1,4 milhões de toneladas de CO2 na produção de electricidade

Portugal com menos 1,4 milhões de toneladas de CO2 na produção de electricidade em três meses

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LUSA/ATEF SAFADI

Portugal conseguiu reduzir as emissões de CO2 na produção de electricidade em 1,4 milhões de toneladas nos últimos três meses, devido à paragem das centrais térmicas de Sines e do Pego, indica a associação ambientalista Zero em comunicado.

Segundo a Zero, de 14 de Março a 11 de Maio não foi usado carvão em Portugal para produção de electricidade e as duas centrais térmicas de Sines e Pego não funcionaram, “conduzindo a uma redução inédita e sem precedentes das emissões de gases com efeito de estufa em Portugal”.

Os dados das Redes Energéticas Nacionais (REN) relativos a Março, Abril e Maio, em comparação com o período homólogo de 2019, permitiram à organização ambientalista calcular uma diminuição de emissões superior a 1,4 milhões de toneladas de toneladas de dióxido de carbono (CO2): 370 mil toneladas em Março, 590 mil toneladas em Abril e 475 mil toneladas em Maio.

Pelas contas da Zero, as emissões médias diárias de CO2, associadas à produção de electricidade, recuaram de 28 mil toneladas/dia entre Março e Maio de 2019 para 12 mil toneladas/dia em igual período deste ano.

A associação destaca também que, nos três últimos meses, houve um aumento de 15% de fontes renováveis na produção de electricidade, em comparação com o período homólogo de 2019, passando de 60% para 75%.

A pandemia de covid-19 tem alguma influência nos resultados dada a maior oferta de electricidade em países próximos, principalmente Espanha, devido às quebras de consumo, fornecida a preços mais reduzidos, conduzindo a maiores volumes de importação.

Para a Zero, o já anunciado fim das centrais a carvão - Pego em 2021 e Sines em 2023 - está na prática a ter lugar, lembrando que as duas infraestruturas “são responsáveis por uma quantidade muito significativa das emissões de carbono”.

“As actuais paragens das centrais do Pego e de Sines mostram que é possível a sua retirada do sistema sem pôr em causa a segurança do abastecimento de electricidade no país”, indica a nota.

Contudo, para a associação ambientalista, “é fundamental realizar os dois investimentos propostos pela REN, nomeadamente na construção de linhas para a região Sul, os quais já se encontram previstos no Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede Nacional de Transporte”.