Arouca

Uma casa que não tira os olhos da Serra da Freita

João Morgado
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João Morgado

Primeiro, uma ânsia de contemplação. "Foi isso que também originou a implantação" desta casa em Arouca, construída para se parecer com um "olho visto do céu": "a vontade do olhar se debruçar sobre a paisagem". "A implantação transmite essa vontade através da forma do olho. E tudo nasce a partir do lugar", apresenta-a a arquitecta Ana de Bastos, com estúdio em Santa Maria da Feira.

A habitação unifamiliar, projectada em colaboração com o arquitecto Filipe Xavier Oliveira, não se limita a piscar um olho à serra que a envolve. Debruçada num vale da Serra da Freita, deixa-se ficar a olhar, lânguida, sobreelevada em relação à rua, para espreitar melhor para as montanhas, e com paredes de vidro, para não perder nada.

A forma em meia-lua — que, quando nos afastamos verticalmente, mostra um olho azulado pelos azulejos do fundo da piscina semi-circular e com voluptuosas pestanas, formadas pelos volumes da garagem, lavandaria e do pátio — "abre-se para sul, fechando-se a norte num gesto contínuo". Uma regalia de deixar os olhos bem abertos: "permite ver o pôr do sol sem nos movimentarmos à volta da casa". Nas outras horas do dia, menos douradas, o resto é paisagem. 

João Morgado
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