“Infeliz oposição” do Marítimo trava cinco substituições na 25.ª jornada

Sem unanimidade entre os clubes, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) adia a entrada da medida para a 26.ª jornada da I Liga.

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LUSA/HUGO DELGADO

A falta de unanimidade das SAD dos clubes da I Liga portuguesa de futebol impede a entrada em vigor das cinco substituições já na 25.ª jornada, que começa na quarta-feira, anunciou a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

Em comunicado, a LPFP refere que “a infeliz oposição de uma sociedade desportiva, no decurso das reuniões de hoje”, impede que “esta medida entrasse em vigor já na primeira jornada da retoma”, após a paragem motivada pela covid-19.

Para a LPFP, a posição do Marítimo, “além de desautorizar os departamentos de futebol, abria a porta a impugnações e procedimentos disciplinares que, a todo o custo, o futebol profissional deve evitar”.

O organismo que tutela o futebol profissional recordou que o plano de retoma decorreu “num clima de cooperação construtiva, com os contributos dos consultores de saúde pública da Liga Portugal e em articulação com o Grupo de Trabalho da USP [Unidade de Saúde e Performance] da FPF [Federação Portuguesa de Futebol] e com a DGS [Direção-Geral da Saúde]”, e foi feito “na exclusiva defesa dos interesses das sociedades desportivas”.

“A decisão, do regresso da Liga NOS, foi tomada em benefício dos clubes e dos seus compromissos, mas não pode, em circunstância alguma, comprometer as actuais condições de segurança e saúde ou as determinações do executivo governamental e da Direcção-Geral de Saúde dirigidas ao futebol”, lê-se.

Neste processo, ficou “pelo caminho”, segundo a LPFP, “a transposição para os regulamentos internos da deliberação do International Football Association Board (IFAB), hoje divulgada oficialmente pela Federação Portuguesa de Futebol e já adoptada para a Taça de Portugal, que, com vantagem, permitiria a utilização de cinco substituições e nove suplentes na Liga NOS”.

“É um claro revés para os interesses dos clubes e -- ainda mais importante -- para a preservação da condição física dos atletas, que foi bloqueada por uma interpretação excessivamente restritiva dos estatutos e que foi tão mais surpreendente quanto veio ao arrepio da posição unânime dos clubes, consultados os seus departamentos de futebol”, refere.

A LPFP relembra ainda que esta “foi uma proposta que, desde a primeira hora, se anunciou que seria submetida à ratificação da Assembleia Geral da Liga Portugal”.

“Com efeito, na falta da unanimidade dos participantes na competição, poder-se-ia suscitar a questão da utilização irregular de jogadores, que é sancionado com a pena de derrota, subtracção de pontos e multa”, assume a LPFP.

O organismo adia, assim, a entrada em vigor desta medida até à Assembleia Geral, marcada para 09 de junho, dia em que começa a 26.ª jornada.

“Como forma de proteger a competição e as sociedades desportivas, de boa-fé, com ética, lealdade e transparência entendeu a Liga Portugal que a prudência impunha que a decisão não produzisse efeitos até que fosse aprovada pelo órgão (em condições normais) competente para o efeito”, lê-se.

O Marítimo tinha informado na sexta-feira que “renuncia” à possibilidade de impugnar a I Liga portuguesa de futebol, com regressa em 03 de junho, mas que rejeita ser “coagido” a assinar uma declaração “ilegal” no plano de retoma.