Um parque em Viena que respeita o distanciamento social (e o silêncio)
As regras de distanciamento social desenharam um parque em forma de impressão digital onde os visitantes poderão passear por Viena sem se ver.
O Parc de La Distance foi pensado para uma Viena que tenta manter a distância social na tentativa de conter uma pandemia. Mas não se limita a criar um espaço de paz num 2020 turbulento. “Depois da pandemia, o parque poderá ser usado para escapar ao ruído e à excitação da cidade ou para ficar sozinho durante algum tempo”, explica o arquitecto Chris Precht, à Dezeen. “Vivi em muitas cidades, mas acho que nunca estive sozinho em público. Penso que é uma qualidade rara.”
O estúdio austríaco Precht projectou um parque labiríntico em forma de impressão digital numa altura em que a identidade da capital se perdia, com inúmeros espaços públicos exteriores encerrados, incluindo os turísticos Schönbrunn e Belvedere. “Como seria e como funcionaria um parque desenhado a pensar nas regras da distância social? E o que podemos aprender de um espaço como este que ainda tem valor depois da pandemia?”, perguntaram-se os arquitectos Chris e Fei Precht.
As sebes altas, que formam uma barreira com 90 centímetros de comprimento, delimitam as rotas que podem ser percorridas por vários visitantes em simultâneo. As pistas ondulantes distam 2,40 metros uma das outras. Para saber se alguém está a percorrer um dos caminhos, estão projectados portões nas entradas e saídas de cada rota, que demorariam 20 minutos a ser percorridas.
Apresentado em Abril, o Parc de la Distance está proposto para um terreno vazio em Viena, onde o arquitecto responsável pelo projecto considera que, à semelhança de outras capitais e mega cidades, escasseia o contacto com a natureza. "Um parque que oferece algo único numa cidade fervorosa: 20 minutos de solidão. Um momento para pensar, meditar ou apenas passear sozinho na natureza”, escreveu, na apresentação do projecto inspirado nos padrões dos jardins zen japoneses, com fontes no centro. “Acho que esta pandemia nos ensinou que precisamos de mais sítios para onde escapar.”