Ginásios querem reabrir a 1 de Junho para evitar situação “muito dramática”
Associação que representa ginásios e academias diz que medidas de segurança “não estão longe” das defendidas pelas autoridades de saúde. “Se não abrirmos dia 1, acredito que muitos clubes já não irão reabrir”, garante presidente da AGAP.
É necessário abrir os ginásios no dia 1 de Junho: a mensagem foi transmitida, esta terça-feira, pela Associação de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP) à Direcção-Geral da Saúde (DGS). As duas entidades estiveram reunidas para discutir quais as medidas de segurança que devem ser adoptadas para garantir que os ginásios não se transformem em possíveis locais de contágio.
O presidente da AGAP, José Carlos Reis, diz estar satisfeito com a reunião, revelando que as propostas da AGAP não diferem das defendidas pela DGS. “Foi uma reunião agradável em que ficámos a saber que as medidas para abrir os clubes propostas pela AGAP não estão longe das que a DGS preconiza. Não há grande diferença. Vão enviar-nos até ao final da semana as medidas que defendem para analisarmos e darmos o nosso contributo”, explicou o responsável pela AGAP ao PÚBLICO.
Apesar de a aproximação, José Carlos Reis garante que é necessário agir depressa para que a reabertura destes espaços aconteça já a partir do próximo mês. Caso isso não suceda, o presidente da AGAP antecipa um cenário negro para o sector.
“É muito importante para nós a data de reabertura ser no dia 1 de Junho e deixámos isso bem claro na reunião. Se não abrirmos dia 1, acredito que muitos clubes já não irão reabrir. A situação é muito dramática para o sector e necessitamos mesmo desta reabertura em Junho”, reitera.
As medidas defendidas pela DGS não foram “analisadas em pormenor” com a associação nesta reunião, mas José Carlos Reis garante que “não existem grandes barreiras” para a reabertura dos ginásios. Apesar dos alertas, a data ainda é incerta: “A DGS não se comprometeu com uma data de abertura porque não passa só por eles, tem de ir a conselho de ministros.”
No final de Abril, a AGAP elaborou uma proposta com várias medidas que permitissem que os consumidores regressassem com maior segurança e confiança aos ginásios e clubes de fitness. Nesta lista constam sugestões como a utilização de metade das máquinas e equipamentos de cardio-fitness e musculação e a limitação do tempo de treino.
Quanto ao distanciamento, a AGAP defende que os ginásios e academias recorram a “adaptações temporárias”, prevendo-se a “marcação no chão das distâncias mínimas entre as pessoas na recepção dos clubes” e a implementação de “protecções de acrílico ou vidro no atendimento”. Devem ser também implementadas recomendações para os clientes sobre o uso dos equipamentos e higienização imediata após a utilização e proibida a prática de exercício físico a dois.
Nas primeiras semanas de reabertura, os chuveiros devem ser encerrados, defende a organização, com o contacto físico entre os técnicos e os clientes evitado “ao máximo”. A marcação de aulas de grupo deverá ser intervalada (com períodos de cerca de 15 minutos) para permitir a higienização e arejamento dos espaços e evitar aglomerados.