Covid-19. Centros comerciais querem reabrir todas as lojas já na segunda-feira
Plano de desconfinamento prevê abertura destas lojas só a 1 de Junho. Associação Portuguesa de Centros Comerciais quer igualdade de tratamento.
A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) defende a reabertura das suas lojas já na segunda-feira e não apenas a 1 de Junho, conforme previsto no plano de desconfinamento em curso, sustentando que podem dar “um contributo fundamental para a retoma” económica.
Num comunicado divulgado esta quarta-feira, a APCC considera que “as regras que o Governo definiu para a reabertura do comércio – nomeadamente o comércio não alimentar e a restauração – devem aplicar-se também a todos os lojistas dos centros comerciais já em 18 de Maio, tal como aconteceu na fase 1 do Plano de Desconfinamento”.
Garantindo que os centros comerciais estão “preparados para reabertura total das lojas” já na próxima segunda-feira, o presidente da associação sustenta que estes estabelecimentos, “responsáveis por mais de 100 mil postos de trabalho em Portugal, podem dar um contributo fundamental para a retoma da economia, pelo que é essencial o seu regresso ao normal funcionamento o mais brevemente possível”.
“É importante que o Governo tenha em conta que as actividades que se mantêm impedidas de funcionar, nomeadamente as actividades do sector não alimentar e restauração para consumo de refeições no interior dos centros comerciais, são responsáveis por uma percentagem significativa das lojas dos centros comerciais e, por isso, têm um peso determinante na retoma da economia”, sustenta António Sampaio de Mattos.
Destacando que estes espaços são “supervisionados em permanência por equipas especializadas para garantir o cumprimento das normas de segurança, higienização, controlo da lotação e distanciamento social”, o dirigente associativo considera “que existe fundamento para os lojistas serem autorizados a abrir também quando as mesmas actividades fora dos centros comerciais vão retomar o seu funcionamento, já no início da próxima semana”.
A APCC recorda que, “mesmo durante o estado de emergência, os centros comerciais se mantiveram em funcionamento para garantir às populações o abastecimento de bens de primeira necessidade e os serviços considerados essenciais pelo Governo e continuam a fazê-lo também nesta primeira fase de retoma das actividades económicas”.
No comunicado, a associação diz que, para além das medidas regulamentares e recomendatórias, elaborou um guia de boas práticas para a operação em centros comerciais, que entregou à Direcção-Geral da Saúde (DGS) e ao Governo e colocou disponível online.
“Este documento será actualizado sempre que se justifique e servirá de ‘check-list' aos gestores dos centros, apoiando-os no enquadramento dessas medidas nos seus planos de operação”, refere, salientando a importância de os cidadãos “terem confiança e tranquilidade absolutas no uso dos espaços, com a certeza de que são cumpridas todas as regras de segurança sanitária decorrentes da lei, as recomendações da DGS e as melhores práticas promovidas pela indústria dos centros comerciais a nível global”.
Segundo destaca a APCC, a indústria dos centros comerciais “cumpre com os mais elevados padrões de segurança sanitária”.
A APCC é uma associação de âmbito nacional que agrega empresas investidoras, promotoras e gestoras de centros comerciais e empresas de comércio a retalho e fornecedores de serviços ao sector, contando actualmente com 94 conjuntos comerciais que diz serem representativos de “mais de 90% da área bruta locável (ABL) existente em Portugal”.