Jerónimo diz que Festa do Avante! não é um festival e que comunistas “são muito criativos”

Numa entrevista ao Porto Canal, o líder do PCP lembra que ainda “faltam muitos meses” até Setembro.

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Jerónimo de Sousa diz que é cedo para "ter posição fechada" sobre o tema Francisco Romao Pereira

 O secretário-geral do PCP rejeita que a Festa do Avante! seja considerada um festival e afirmou que o partido não tem uma “posição fechada” sobre a sua realização, afirmando que “os comunistas portugueses são muito criativos”.

O líder comunista foi interrogado sobre a realização da Festa do Avante!, numa entrevista ao Porto Canal, que será divulgada na na noite de domingo. A questão surgiu depois do primeiro-ministro, António Costa, em entrevista à mesma televisão na sexta-feira, ter afirmado que este evento se poderá realizar, desde que fossem cumpridas as orientações sanitárias da Direcção-Geral da Saúde devido à pandemia, porque a actividade política dos partidos “não está proibida”.

“Queremos conhecer a proposta [do Governo], mas ao contrário do que pensa os comunistas portugueses são muito criativos e a Festa do Avante! não pode ser tratada como um festival e naturalmente consideraremos, avaliaremos da sua realização”, salientou Jerónimo de Sousa, sublinhando que ainda “faltam muito meses” até Setembro.

Aquilo que leva o PCP “a não ter uma posição fechada” é o facto de esta questão pressupor uma proposta de lei que o Governo “vai ter de apresentar à Assembleia da República onde são definidos, critérios, limitações, constrangimentos”, explicou. “Como disse, e bem, se os cinemas forem abertos, se os teatros forem abertos, se os restaurantes forem abertos, ora aqui está um caminho de reflexão”, afirmou.

Durante a entrevista ao Porto Canal, Jerónimo de Sousa foi também questionado sobre a atenção mediática do deputado único do Chega, alertando que André Ventura assume “uma posição onde colhe sempre que é ou fazer de vilão ou fazer-se de vítima” e quem acha que, com “um discurso inflamado”, o põe no lugar está “profundamente errado”.

Jerónimo de Sousa “preocupação” em relação a esses “partidos e movimentos de extrema-direita”, que têm uma “concepção profundamente reaccionária da vida e da sociedade”, alertando que “quanto mais os alimentarem mais força eles têm”.

“Precisam disso. Não têm organização do partido, não têm cobertura ideológica para aquilo que lhes vai na cabeça e que têm objectivos, mas naturalmente tudo isso será potenciado de cada vez que faz uma provocação”, destacou Jerónimo de Sousa.