Coronavírus
Idas à praia: “O que é que se pode fazer? Posso ir ao banho?”
A menos de um mês do início da época balnear, há ainda muitas dúvidas sobre como vão ser as idas à praia. Nestas semanas de transição, há já centenas de pessoas a frequentar os passeios marítimos e o areal.
“Estamos com um volume de trabalho atípico para esta altura”, diz ao PÚBLICO o subchefe Morais Gomes, da Autoridade Marítima da Costa de Caparica. O PÚBLICO acompanhou durante uma manhã agentes da Polícia Marítima cujo trabalho, por estes dias, é sobretudo o de sensibilizar e informar sobre o que é ou não permitido nesta fase de transição, numa altura em que ainda não foi divulgado o guia para idas à praia que está a ser elaborado por uma comissão técnica liderada pela Agência Portuguesa do Ambiente. “Nunca chegámos ao extremo da detenção. Mas quando as pessoas são abordadas pela polícia, e lhes explicamos que continua a haver restrições, há ali um choque”, relata Pedro Almeida, agente da Polícia Marítima. Práticas de desportos náuticos são permitidos, assim como caminhadas e exercício físico na praia. Já a fruição balnear – de toalha estendida e com idas a banhos – está interdita.
No fim-de-semana de 2 e 3 de Maio, a Autoridade Marítima contabilizou quase 30 mil pessoas nas praias portuguesas. Pela Costa de Caparica passaram cerca de 15 mil: 10 mil pessoas só no domingo. Com uma extensão de 20 quilómetros de praia, pela Caparica passam todos os Verões cerca de 60 mil pessoas, com praias cheias.
Este será um Verão com muitos desafios para as autoridades que percorrem a orla costeira, assume o subchefe Morais Gomes, que acredita que a chave pode estar no controlo dos acessos a montante das praias e no reforço do efectivo. Precisariam, pelo menos, de duplicar o corpo de 14 agentes que têm neste momento: “Mas é um problema que se coloca em todo o país”, explica.
A Associação Sócio-Profissional da Polícia Marítima já veio reivindicar reforços, avançando que existem pouco mais de 300 agentes para todo o território nacional. A Marinha vai enviar fuzileiros para a vigilância da costa.