Covid-19: confinamento durante pandemia fez aumentar casos de violência na Europa
Em países como a Bélgica, Bulgária, França, Irlanda, Rússia, Espanha e Reino Unido aumentaram os casos de “violência interpessoal” entre parceiros íntimos e contra crianças.
O número de casos de violência doméstica durante o confinamento imposto pela pandemia da covid-19 aumentou até 60%, alertou esta quinta-feira o departamento europeu da Organização Mundial de Saúde, manifestando “profunda preocupação”.
O director para a região europeia, Hans Kluge, afirmou, em conferência de imprensa, que em países como a Bélgica, Bulgária, França, Irlanda, Federação Russa, Espanha e Reino Unido aumentaram os casos de “violência interpessoal” entre parceiros íntimos e contra crianças.
Hans Kluge indicou que o número de chamadas de mulheres vítimas de violência doméstica teve aumentos até 60% nos países europeus e as denúncias online aumentaram até cinco vezes durante o mês de Abril por comparação com os números do mesmo período do ano passado.
Em Portugal, soube-se a 29 de Abril que as queixas por violência doméstica diminuíram durante o período de confinamento. As três linhas de apoio a vítimas de violência doméstica receberam 308 pedidos desde 19 de Março e as queixas às polícias por este crime diminuíram 39% em relação ao mesmo período de 2019.
“Portugal, ao contrário de outros países europeus, não regista um aumento de participações por violência doméstica. A PSP e a GNR registaram um decréscimo das participações em 39% face ao mesmo período do ano passado, o que nos compromete ainda mais na urgência de dar outras respostas”, anunciou o secretário de Estado da Saúde naquele dia.
Mas face aos dados disponíveis para o resto do mundo, os especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) já tinham alertado para “a epidemia escondida” que é a violência doméstica e que as medidas de isolamento social vieram exacerbar. Antes da pandemia, cerca de 249 milhões de mulheres e raparigas dos 15 aos 49 anos foram vítimas de violência nos últimos 12 meses, de acordo com a ONU, e esses números subiram em tempos de confinamento.
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