Covid-19: proibição de visitas a lares será “repensada” depois de haver regras de segurança

A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade defende que é preciso “apontar uma data” para a retoma das visitas.

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Marta Temido, acompanhada pela Directora-Geral da Saúde, durante a conferência de imprensa diária sobre a pandemia de covid-19, no Ministério da Saúde, em Lisboa ANTÓNIO COTRIM/LUSA

O levantamento da proibição de visitas a lares de idosos devido à pandemia covid-19 está a ser “repensado”, mas antes serão criadas estratégias para que decorram com “segurança”, disse este domingo a ministra da Saúde.

“O contexto de inibição das visitas tem de ser repensado e está a ser repensado. Não podemos subtrair às pessoas que estão em estruturas residenciais para idosos a visita dos seus próximos durante toda a epidemia. Mas temos de encontrar estratégias que permitam que tudo se faça em segurança”, disse Marta Temido.

A governante, que falava aos jornalistas na conferência de imprensa diária sobre a evolução da pandemia em Portugal, respondia assim à Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) que defendeu este domingo que é preciso “apontar uma data” para a retoma das visitas, considerando que “hoje era já um dia bom”, com a celebração do Dia da Mãe.

“Com testes feitos [da covid-19], doentes a serem tratados como devem ser tratados, com equipamentos de protecção individual, com distanciamento assegurado, penso que o dia 3 de Maio, dia de hoje, era já um dia bom para isso, não é possível, mas é o Dia da Mãe, era uma forma concreta de o podermos celebrar”, afirmou à agência Lusa o presidente da CNIS, Lino Maia, reforçando que tal “não é possível”, porque “não está decidido”.

Marta Temido recordou que no contexto de lares “estão, de entre todos, alguns dos mais vulneráveis pela sua idade e pelas comorbilidades associadas” e referiu a institucionalização em residências seniores em Portugal, mas também em outros países.

“Em Portugal, como em Espanha, como em Itália e como em França, este foi um contexto específico que motivou da parte das autoridades sanitárias e sociais preocupações específicas (...). Iremos nos próximos dias partilhar com todos [as novas regras e medidas]”, disse a ministra da Saúde.

Quanto aos testes realizados nos lares, a governante garantiu que “o processo tem evoluído muito bem” e revelou que “há um conjunto de regiões que já têm todos os profissionais testados”, recordando que estes profissionais são “provavelmente o maior veículo de contágio”.

Também sobre esta matéria, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, aproveitou para reiterar os apelos de que a realização de testes em lares seja acompanhada de outras medidas de prevenção de contágio.

“A directora-geral da Saúde nunca desvalorizou a realização de testes em lares. Temos acompanhado a evolução destes testes em profissionais assintomáticos. Coisa diferente é dizer que fazer o teste é suficiente. O teste é uma fotografia num determinado momento e é preciso que, feitos testes nos lares, depois haja outros cuidados”, disse Graça Freitas.

A directora-geral da Saúde enumerou, por exemplo, a utilização pelos profissionais que trabalham nestas instituições de equipamentos de protecção individual e pediu às direcções que garantam medidas como o distanciamento entre utentes e a higiene de superfícies e objectos, bem como regras para os próprios utentes como a etiqueta respiratória e higiene das mãos.