Missas deverão voltar a ser celebradas a 30 de Maio

A data depende ainda da avaliação do Governo, segundo a Conferência Episcopal Portuguesa. As procissões, festas e concentrações religiosas serão adiadas para o próximo ano pastoral.

Foto
O Cardeal-Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, preside as celebrações da Semana Santa Miguel Manso

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou, neste sábado, o regresso das missas comunitárias a 30 de Maio, depois de o Governo ter previsto a retoma gradual das celebrações após o final do estado de emergência.

“A data depende ainda da avaliação que o Governo se propõe fazer da situação, nesta primeira etapa do desconfinamento. As Dioceses insulares terão em conta as indicações das respectivas autoridades regionais”, refere um comunicado da CEP, citado pela agência Ecclesia.

A CEP nota ainda, no documento, que serão dadas em breve “indicações comuns sobre aspectos litúrgicos e medidas sanitárias a ter em conta nas celebrações e nos templos, as quais poderão ser utilizadas pelas Dioceses, em coordenação com as autoridades locais de saúde no que diz respeito aos procedimentos práticos”.

O comunicado destaca que as celebrações dos sacramentos que implicam contacto físico deverão ser adiadas para o próximo ano pastoral. Em alguns casos específicos como o baptismo ou a unção dos doentes, os bispos católicos admitem que estas celebrações possam “ser realizadas com as devidas cautelas de saúde e normas de segurança”.

Relativamente ao sacramento da reconciliação, ou confissão, dever-se-ão “seguir as normas de segurança de saúde e garantir o devido distanciamento entre o confessor e o penitente, protegendo sempre o inviolável segredo da confissão”. As exéquias cristãs deverão ser celebradas no templo “e/ou cemitério com a presença dos familiares”, atentando às normas de segurança para conter a propagação do novo coronavírus, cita a Ecclesia.

Já as catequeses e outras acções de formação “continuarão a ser realizadas apenas por meios telemáticos até ao final deste ano pastoral”. As “procissões, festas, concentrações religiosas, acampamentos e outras actividades similares passíveis de forte propagação da epidemia” serão adiadas para o próximo ano pastoral.

Quanto às igrejas, poderão estar abertas durante o dia para visitas individuais “desde que se observem os requisitos determinados pelas autoridades de saúde”.

A CEP espera “que se mantenha a responsabilidade cívica de todos os cidadãos, em atitude de prudência e de acatamento das decisões das autoridades governamentais e de saúde, para que não aconteça um retrocesso rápido da situação”. “Comungamos do sofrimento de tantos cristãos privados da participação efectiva na celebração sacramental da Eucaristia, cume e centro da vida cristã, na esperança de um mais rápido reinício das celebrações comunitárias da Eucaristia, fonte da nossa alegria pascal”, acrescenta a nota, na qual os bispos católicos deixam também um agradecimento “à população em geral e aos cristãos em particular pela atitude responsável de prevenção ao longo desta situação”.

As missas, catequeses e outras celebrações de culto foram suspensas a 13 de Março por causa da pandemia de covid-19. A decisão da CEP foi tomada “em consonância com as indicações do Governo e das autoridades de saúde” e os bispos pediam que fossem utilizadas outras vias para celebrar as missas, como transmissões televisivas, radiofónicas e online.

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira um conjunto de medidas de reabertura da economia e da vida social, com cuidados redobrados. Está previsto o levantamento das restrições em vigor no que diz respeito às celebrações religiosas. Porém, os locais de culto como as igrejas e mesquitas devem garantir o cumprimento de todas as normas de segurança, prevendo-se o reinício das “celebrações comunitárias de acordo com regras a estabelecer entre a Direcção-Geral da Saúde e confissões religiosas”.

Sugerir correcção