Covid-19: mais 16 mortes em Portugal. Número de casos diminui devido a duplicação de dados

Há 25.190 casos detectados e registo de 1023 mortes. Boletim dá conta de menos casos do que na sexta-feira devido à duplicação de 422 casos na região Norte.

Foto
Paulo Pimenta

Até este sábado, morreram em Portugal 1023 pessoas devido à covid-19, um aumento de 1,6% em relação às 1007 confirmadas no dia anterior (mais 16 mortes). O número de casos do boletim de sábado da Direcção-Geral da Saúde é inferior ao reportado na sexta-feira devido a uma duplicação de dados na região Norte, onde foram encontrados 422 repetições de registos.

Assim, até este sábado foram detectados 25.190 casos, mais 203 que no dia anterior (na sexta-feira, o número corrigido de casos indica 24.987 infectados).

A ministra da Saúde explicou, na conferência de imprensa deste sábado, que alguns dos boletins a partir de 25 de Abril serão corrigidos devido à duplicação de dados. Marta Temido explicou que os dados do SINAVE – Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica assentam em informação de duas aplicações que “não integram automaticamente" dados: a aplicação que serve os laboratórios e a aplicação que serve os clínicos (SINAVElab e SINAVEmed, respectivamente).

O Ministério da Saúde está “ciente desta fragilidade”, realizando por isso uma rotina semanal que envolve a validação dos dados carregados nessa semana. Na sexta-feira, durante essa rotina, “verificou-se que um conjunto de casos na região Norte” eram casos confirmados que estavam duplicados. Essa correcção levou à redução de 422 casos no boletim.

“Quando um caso confirmado laboratorialmente não tem um número de utente associado, para se verificar se é ou não um caso do sistema, é passada uma rotina que cruza nome e data de nascimento”, explicou Marta Temido. “É desta verificação que se constata que há dados positivos” repetidos, esclareceu.

Há 3761 pessoas a aguardar resultado laboratorial e 27.895 estão sob vigilância das autoridades de Saúde. O número de pessoas recuperadas subiu para 1671 (mais 24 que no dia anterior). Uma pessoa é considerada “curada” depois dois testes negativos.

O boletim dá ainda conta de menos 37 pessoas internadas, descendo o total para 855, das quais 150 estão nos cuidados intensivos (menos quatro do que na sexta-feira).

Marta Temido situou a taxa de letalidade global em 4,1% e, acima dos 70 anos, em 14,5%. Das 1023 mortes registadas no boletim deste sábado, 892 foram doentes com 70 ou mais anos, as idades em que se podem encontrar cerca de 87% das vítimas mortais. O relatório também dá conta da morte de 89 pessoas que tinham entre 60 e 69 anos; 32 com idades entre os 50 e 59 anos; e dez pessoas entre os 40 e os 49 anos (cinco mulheres e cinco homens).

Com os números já corrigidos, a região Norte concentra 59,3% da totalidade dos casos, com 14.951 pessoas infectadas e 585 óbitos. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo, com 6047 casos confirmados e 205 vítimas mortais. A região Centro tem 3426 casos detectados​ e 206 óbitos, seguida da região do Algarve, com 331 infectados e 13 óbitos, os mesmos números de sexta-feira, tal como o Alentejo, que assinala até este sábado 218 casos e uma morte.

Os Açores e a Madeira são as regiões com menor número de casos, com 131 e 86, respectivamente. Morreram 13 pessoas nos Açores. A Madeira é a única região ainda sem mortes registadas.

Lisboa mantém-se o concelho com maior número de casos (1567), seguido de Vila Nova de Gaia (1413) e do Porto (1247). Há outros três concelhos com mais de mil casos identificados: Matosinhos (1149), Braga (1086) e Gondomar (1012).

Os infectados por concelho podem ser mais do que os registados no boletim, uma vez que os números são os do SINAVE – Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, que correspondem a 86% dos casos confirmados.

Na sexta-feira, Portugal tinha registado um total de 1007 mortes e 1647 recuperados em 24.987 casos de infecção.

Nova fase epidémica vai ser combatida com “reforço de monitorização”

Graça Freitas explicou que existiu uma fase inicial de “grande contenção da doença”, com um “imenso trabalho” de isolamento de casos positivos e de detecção e identificação de contactos de risco.

Nesta nova fase epidémica em que se está a entrar, a directora-geral afirmou que “terá de haver um reforço de monitorização”, com recurso à busca de contactos para evitar cadeias de transmissão, mas também a outras ferramentas como a plataforma Trace Covid.

Graça Freitas apelou também a que as pessoas que tenham estado em contacto com pessoas que tiveram um teste positivo à covid-19 informem “voluntariamente” as autoridades de saúde, nomeadamente através da linha SNS24, para que estas possam averiguar o nível de risco do contacto e, mediante a gravidade, definir se há necessidade de confinamento ou não.

Requerentes de asilo regressam às comunidades quando forem considerados recuperados

Na conferência de imprensa, Graça Freitas disse que os requerentes de asilo dados como infectados e que provocaram surtos em hostels estão sob protecção do Ministério da Administração Interna, sendo acompanhados pelo SEF e apoiados por várias comunidades da cidade.

A directora-geral afirmou que, confirmando-se a recuperação “clínica e laboratorial, os migrantes serão autorizados a regressar às comunidades, sendo que estão a ser procuradas soluções para que consigam regressar às suas vidas”.

Sugerir correcção