Rui Rio faz duras críticas à “inaceitável” acção da CGTP: “É uma pouca vergonha”

O líder do PSD não gostou de centenas de pessoas concentradas em pleno estado de emergência. E aponta o dedo ao PCP.

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Os sindicalistas foram encaminhados para lugares marcados, para que mantessem o distanciamento Nuno Ferreira Santos
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Os sindicalistas foram encaminhados para lugares marcados, para que mantessem o distanciamento Nuno Ferreira Santos

“Inaceitável” e uma “pouca vergonha”. O líder do PSD, Rui Rio, não poupou nas críticas à celebração escolhida pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), para assinalar o Dia do Trabalhador, na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa. Para o social-democrata, a concentração de dirigentes sindicais e activistas nas ruas “em pleno estado de emergência" foi “inaceitável”. 

No Twitter, Rui Rio apontou ainda o dedo ao PCP, que também marcou presença na concentração, incluindo através da figura do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.

Mas não parou aí. Rui Rio sublinhou ainda que desde a meia-noite desta sexta-feira e até ao final de domingo, as pessoas estão proibidas de se deslocarem para fora do concelho de residência, salvo motivo excepcional ou por razões de saúde. 

Apesar de a CGTP ter afirmado que não haveria o tradicional transporte de trabalhadores para as grandes concentrações, eram vários os autocarros em redor do espaço de concentração, uma vez que a organização sindical distribuiu um comprovativo que legitimava junto das autoridades as deslocações para fora do concelho de residência, para que pudessem marcar presença na acção de rua. 

Para o líder do PSD, “trazê-las de camioneta, quando hoje é proibido circular entre concelhos, é uma pouca vergonha”. 

Ainda que os lugares estivessem marcados para que os sindicalistas pudessem manter a distância recomendada pelas autoridades de saúde de forma a evitar o contágio com covid-19, existem vários registos que mostram uma elevada concentração de pessoas na zona onde decorreu o encontro sindical, nem sempre mantendo os dois metros de distância recomendados.

Além da Alameda, a CGTP organizou comemorações em mais 22 cidades, de Norte a Sul do país. Para Rui Rio, a determinação de a organização sindical e do PCP ter assinalado o dia nas ruas é prova de um “estatuto especial”, acusa.

Ao contrário da CGTP, a União Geral de Trabalhadores (UGT) preferiu cancelar as acções de rua e concentrar a sua mensagem nas redes sociais para não colocar em risco os participantes das celebrações. A partir de casa, o líder da UGT, Carlos Silva, não deixou de comemorar o dia, “tal como Portugal comemorou o 25 de Abril, ainda que de forma frugal, mas carregada de simbolismo”. Num site criado exclusivamente para o 1.º de Maio em casa, a organização sindical reuniu vídeos com mais de 50 dirigentes sindicais, 20 uniões distritais e nove convidados.

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