Covid-19: queixas às polícias por violência doméstica diminuíram. Linhas de apoio receberam 308 pedidos
Queixas às polícias diminuíram 39% em relação a 2019. Linha telefónica reforçada, serviço de SMS e e-mail de emergência criados para assistir vítimas de violência doméstica em tempos de quarentena receberam 308 pedidos desde 19 de Março.
As três linhas de apoio a vítimas de violência doméstica receberam 308 pedidos desde 19 de Março e as queixas às polícias por este crime diminuíram 39% em relação ao mesmo período de 2019, revelou esta quarta-feira o Governo.
“Portugal, ao contrário de outros países europeus, não regista um aumento de participações por violência doméstica. A PSP e a GNR registaram um decréscimo das participações em 39% face ao mesmo período do ano passado, o que nos compromete ainda mais na urgência de dar outras respostas”, disse o secretário de Estado da Saúde.
António Lacerda Sales, que falava aos jornalistas durante a conferência de imprensa diária de acompanhamento da pandemia de covid-19 em Portugal, deu conta que “uma das preocupações do Governo” é a violência doméstica, que “não pode ficar esquecida em tempos de covid-19”.
Nesse sentido, afirmou que a Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade, em parceria com o Ministério da Saúde, através do INEM, está a desenvolver, desde o início de Março, um plano de contingência de prevenção e de combate à violência doméstica em contexto de covid-19.
Segundo o secretário de Estado, foi criada uma nova linha de atendimento por SMS, com o número 3060, que desde a entrada em funcionamento, a 27 de Março, já recebeu 123 pedidos de apoio.
O governante explicou que esta linha é gratuita e não permite a identificação dos contactos pelo agressor, presta informações, apoia e encaminha as vítimas em caso de elevado perigo, acciona as forças de segurança, para verificação imediata das situações no local.
António Sales frisou que se mantém também activa a linha telefónica de apoio a vítimas de violência doméstica (800 202 148), bem como um correio electrónico: violencia.covid@cig.gov.pt.
“No total, estas linhas receberam desde o dia 19 de Março 308 pedidos”, precisou.
O secretário de Estado disse igualmente que a rede de casas de abrigo e de acolhimento de emergência têm estado em funcionamento e respeitam as regras de isolamento e distanciamento social, além de terem sido contratualizadas mais duas casas de abrigo com mais 100 vagas.
De acordo com o governante, estas casas já acolheram 50 vítimas entre 6 e 27 de Abril.
Portugal contabiliza 973 mortes associadas à covid-19 em 24.505 casos confirmados de infecção, segundo o boletim diário da Direcção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado esta quarta-feira.