Com a nova plataforma de concertos online Gigs em Casa, artistas e técnicos serão pagos
Concerto dos Peste & Sida dá início, na sexta-feira, à actividade da Gigs em Casa. Público terá concertos gratuitos e pagos ao seu dispor mas objectivo é “reinventar os hábitos” e “reactivar” parte do tecido laboral da música ao vivo. Facebook e Spotify também já permitem pagar a músicos.
Um concerto dos Peste & Sida dá início, na sexta-feira, à Gigs em Casa, uma nova plataforma digital de transmissão em directo de espectáculos de música, alguns pagos outros gratuitos, foi anunciado esta terça-feira.
A plataforma (gigsemcasa.com) é uma iniciativa da promotora Amazing Events, com produção do espaço RCA, em Lisboa, onde os concertos irão decorrer, sem público, mas “sob todas as condições de segurança e higiene”, refere em comunicado. “Embora se queira voltar a viver normalmente, ninguém sabe dizer quando teremos o prazer de voltar a visitar uma sala de espectáculos. Por isso, há que tentar reinventar os hábitos e é nesse contexto que surge a Gigs em Casa”, explica a promotora.
Segundo a Amazing Events, “todos os artistas, técnicos e intervenientes no espectáculo serão pagos, de forma a reactivar desde já, uma parte de uma área de actividade, tão afectada” pela pandemia da doença covid-19. O objectivo é que todos eles “consigam manter alguns dos seus rendimentos recorrendo aos meios digitais disponíveis”.
O primeiro concerto, gratuito, será dos Peste & Sida na sexta-feira, estando já marcado outro, de Freddie Locks, no dia 8.
Segundo a promotora, estes concertos serão de acesso livre, mas haverá outros com bilhete pago, “com valores sempre bastante baixos”, mediante o fornecimento de um código de acesso à plataforma. “Embora se queira voltar a viver normalmente, ninguém sabe dizer quando teremos o prazer de voltar a visitar uma sala de espetáculos. Por isso, há que tentar reinventar os hábitos e é nesse contexto que surge a Gigs em Casa”, explica a promotora.
A plataforma é lançada dias antes de terminar o estado de emergência em Portugal, em vigor desde 19 de Março para conter a pandemia da covid-19 e que levou ao encerramento de praticamente todo o sector cultural. De acordo com o Governo a retoma da actividade económica será faseada e progressiva durante o mês de Maio, mas não se sabe ainda quando é que os equipamentos culturais poderão reabrir e quais as regras para organização de eventos com público.
Em Março, foi lançada outra plataforma - Play It Safe - pela promotora Gig Club em parceria com a editora Omnichord Records, que disponibiliza concertos de artistas portugueses, a partir de casa destes, remunerados pelo público que assistir. Em moldes semelhantes, na semana passada arrancou o Música da Casa, na plataforma Patreon, em que para assistir aos concertos de músicos portugueses é preciso ser membro da página (www.patreon.com/musicadacasa) e pagar uma mensalidade.
Internacionalmente, o Spotify lançou na semana passada uma nova função que permite dar “gorjetas” aos músicos - a Artist Fundraising Pick permite aceder a uma ligação específica no seu perfil onde os utilizadores-ouvintes podem deixar gorjetas ao artista. Na sexta-feira, o Facebook anunciou uma série de mudanças nas suas funcionalidades e entre elas está uma alteração-chave ao que é possível fazer com o Facebook Live. “Para ajudar a angariar dinheiro para causas, agora pode adicionar-se o botão ‘doar’ a vídeos ao vivo”, diz a empresa em comunicado numa altura em que tantas actuações passaram a realizar-se em “lives” nas redes sociais.