Londres lança alerta por síndrome inflamatória em crianças de relação incerta com a covid-19
Algumas das crianças afectadas deram positivo no teste ao novo coronavírus, outras negativo. Médico italiano também registou aumento de síndrome em crianças em Bergamo.
Investigadores britânicos e italianos estão a examinar se pode haver uma ligação entre a covid-19, provocada pelo novo coronavírus, e uma doença inflamatória que está a afectar crianças, sublinhando que é demasiado cedo para especular sobre uma ligação entre as duas.
No Reino Unido, as autoridades de saúde lançaram um alerta a médicos dizendo que “nas últimas três semanas, tem havido um aumento visível no número de crianças de todas as idades apresentando um estado inflamatório multi-sistema que requer cuidado intensivo em Londres e também noutras regiões do Reino Unido.”
Também no Norte de Itália foi relatado um aumento de casos semelhantes à doença de Kawasaki, na qual os vasos sanguíneos em todo o organismo ficam inflamados, por motivos desconhecidos. O especialista em cardiologia pediátrica Matteo Ciuffreda disse que no hospital em Bergamo em que trabalha viu, no último mês, mais de 20 casos de crianças com inflamação vascular grave - seis vezes mais do que seria normal num ano inteiro, comentou à agência Reuters.
Mais, Ciuffreda acrescentou que trocou impressões com médicos da especialidade em Madrid e Lisboa e lhe disseram que tinham a mesma experiência. Quanto à ligação com a covid-19, o que pode dizer é que só alguns destes doentes tiveram testes positivos para o novo coronavírus.
O director clínico do NHS (serviço de saúde britânico) em Inglaterra, Stephen Powis, disse que foi pedido ao responsável pela medicina pediátrica para “analisar a questão com urgência”, deixando logo claro que “é ainda muito cedo para dizer se há uma ligação” com a covid-19.
O Health Service Journal, que noticiou a nota das autoridades britânicas, acrescentava que o número de crianças afectadas por esta síndrome não era muito grande, e que havia tanto algumas que deram postivo no teste ao novo coronavírus como negativo.