TAP prolonga layoff até ao final de Maio

Transportadora aérea tenciona retomar voos de Lisboa para Londres e Paris. Portugália assegura ligações às ilhas, mas também recorreu ao layoff.

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Empresa de aviação tem quase toda a frota parada LUSA/MÁRIO CRUZ

A TAP vai prolongar por mais um mês o recurso ao layoff simplificado. De acordo com uma mensagem da empresa direccionada aos funcionários, estes vão permanecer até ao final de Maio sem trabalho (o que está a acontecer a 90% das pessoas da TAP) ou com redução de horário (os outros 10%).

De acordo com a administração da empresa, as razões que estiveram na base da decisão de recorrer ao layoff, com início a 2 de Abril, ainda se mantêm, “nomeadamente as restrições à mobilidade dos cidadãos de todo o mundo e as incertezas face à retoma da actividade”.

A TAP recorda que se verifica uma “suspensão quase total” das suas operações, e afirma que tem vindo a avaliar e a adoptar, “a cada momento, as diversas medidas para mitigar as respectivas consequências” do surto do coronavírus covid-19 e o seu “enorme impacto na indústria da aviação civil”. Este layoff permite à empresa uma poupança mensal da ordem dos 21 milhões de euros, e, de acordo com o regime em vigor, pode ainda ser prolongado em Junho.

Aos 9006 trabalhadores da TAP SA (números do final de 2019) juntam-se os da Portugália, que assegura ligações de curto e médio curso. Esta empresa do grupo TAP entrou em layoff no dia 6 de Abril, com todos os seus 680 trabalhadores abrangidos.

De acordo com o grupo, uma minoria ficou com “redução do período de trabalho a 80% e correspondente redução salarial proporcional”, sendo esses funcionários os que asseguram “os voos que a empresa ainda tem, bem como as acções de manutenção e mínimos de funcionamento obrigatórios”.

Neste momento, os aviões da TAP estão a assegurar apenas as ligações ao arquipélago da Madeira e ao arquipélago dos Açores, de modo a manter a continuidade territorial. Há dois voos por semana entre Lisboa e o Funchal, três voos semanais entre Lisboa e Ponte Delgada e um voo por semana entre Lisboa e a Terceira.

A partir do dia 4 de Maio, no entanto, a transportadora planeia acrescentar dois voos por semana entre Lisboa e Paris e Lisboa e Londres. E, entre o dia 17 e o final de Maio mês, a TAP deverá também retomar a ligação aérea entre Lisboa e Porto.

Por conhecer está ainda o plano de ajudas de Estado à companhia, com os accionistas privados, Humberto Pedrosa e David Neeleman (donos de 45% do capital), a defender que apenas são necessárias as garantias estatais que a empresa pediu de modo a assegurar financiamento bancário.

Já o executivo poderá considerar que se deve ir mais além, não deixando até de mencionar a nacionalização como um eventual instrumento a recorrer. Uma outra medida poderiam ser obrigações convertíveis em acções. Certo é que o Governo gostaria de ter um representante do Estado na comissão executiva, algo que hoje não acontece.

Na sua recente ida ao Parlamento, o presidente do conselho de administração, Miguel Frasquilho (escolhido pelo Governo para representar o Estado, dono de 50% do capital), afirmou que uma ajuda do Estado terá sempre “um condicionalismo associado”.

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