Covid-19: seis em cada dez portugueses perderam rendimentos
Dados obtidos a partir de um inquérito online da Deco, realizado entre os dias 17 e 20 de Abril, e que contou com 1008 respostas.
Quase 60% da população activa está a sofrer redução de rendimentos devido à perda de emprego ou à diminuição do trabalho como consequência da pandemia de covid-19, segundo os resultados de um inquérito publicado esta segunda-feira pela Deco Proteste.
Segundo o inquérito da Deco - associação de defesa do consumidor, a vaga de desemprego causada pela crise relacionada com a pandemia tem atingido três vezes mais mulheres do que homens, com 13% e 4% respectivamente.
“Uma em cada 10 famílias viu, pelo menos, um dos elementos perder o trabalho” e “até ao momento, 4% dos agregados têm os dois membros do casal sem actividade profissional”, pode ler-se nas conclusões do estudo.
O estudo mostra que 35% dos trabalhadores mantêm o seu horário de trabalho, 30% estão temporariamente inactivos, por exemplo, em layoff (suspensão do contrato), enquanto 19% viram o seu horário reduzir-se, 9% perderam o emprego e apenas 7% estão a trabalhar mais horas.
Dos que continuam a trabalhar, três em cada 10 fazem-no sempre a partir de casa, em teletrabalho, e cerca de um quinto (19%) labora parcialmente nestas condições – por exemplo, algumas empresas têm equipas rotativas em teletrabalho.
Por seu lado, mais de metade (51%) dos que trabalham não estão em regime de teletrabalho.
“A maioria dos teletrabalhadores diz que a nova forma de trabalhar não altera, ou até melhora, os níveis de actividade, bem como o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”, conclui a Deco.
Contudo, 38% dos inquiridos em teletrabalho indica que a sua concentração diminuiu e 37% consideram-se menos eficientes, com a situação a piorar nos casos em que há crianças e jovens em casa.
O inquérito da Deco foi realizado entre 17 e 20 de Abril através de um questionário online, tendo a associação recebido 1008 respostas e segue-se a um outro, publicado em meados de Março, que concluía que o prejuízo total das famílias já rondava naquela altura os 1,4 mil milhões de euros.