Mota-Engil ganha concurso de 636 milhões no México

Troço do chamado “Tren Maya” é o maior contrato de sempre na América latina e o primeiro em consórcio com os chineses da China Communications Construction Company Ltd, o quarto maior grupo construtor do mundo

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António Mota, líder do grupo de construção e engenharia Adriano Miranda

A empresa de construção portuguesa Mota-Engil venceu o concurso público internacional para o troço 1 do Megaprojeto ferroviário, designado por “Tren Maya”, no México, sendo o novo contrato no valor de 13.394 mil milhões de pesos mexicanos, o equivalente a 636 milhões de euros.

A informação foi dada pelo grupo construtor à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, no mesmo comunicado em que informa que para este concurso apresentou-se num consórcio com a estatal China Communications Construction Company (CCCC), o quarto maior grupo construtor do mundo. 

O consórcio é liderado pela empresa portuguesa com 58% do capital. Recorde-se que há alguns meses chegaram a surgir rumores no mercado de que uma empresa chinesa estava a preparar-se para entrar no capital do grupo, informação que nunca chegou a confirmar-se. Verifica-se agora que a aproximação se realizou, pelo menos, para concretizar esta parceria. 

O contrato ganho no México corresponde a um lanço de 228 km do chamado Tren Maya, uma importante infra-estrutura ferroviária que dinamizará a actividade económica de cinco estados no sul do país: Tabasco, Campeche, Yucatán, Quintana Roo e Chiapa.

O contrato envolve a elaboração do projecto de execução, fornecimento de materiais e respectiva execução da plataforma e ferrovia. De acordo com o grupo Mota-Engil este é o primeiro e maior projecto de infra-estruturas anunciado pelo actual Presidente mexicano, André Manuel Lopes Obrador, aquando do início do seu mandato.

Com actividade em três regiões (Europa, África e América Latina) e cerca de 32.000 colaboradores, o grupo tem presença actualmente em 28 países.

A Mota-Engil alcançou no final de 2019 uma carteira de encomendas de 5,4 mil milhões de euros, tendo atingido o valor recorde de facturação da sua história, com 2827 milhões de euros.

O grupo fechou o ano de 2019 também com uma dívida líquida de 1233 milhões de euros, tendo anunciado o recurso às moratórias do Estado, criadas no âmbito das medidas de mitigação do impacto da pandemia do Covid-19, de 215 milhões de euros.

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