Alguns textos para relembrar no Dia da Terra — e celebrá-lo com consciência

O desaparecimento dos Alpes suíços, um documentário sobre Jane Goodall ou um jogo sobre sustentabilidade: no Dia da Terra, reunimos alguns textos para celebrar o planeta, mas também para relembrar que ainda há muito que fazer para o salvar. Eis as nossas sugestões de (re)leitura.

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Ales Krivec/Unsplash

Passaram 50 anos desde que foi lançada a semente do Dia da Terra, mas os desafios não cessaram desde então. Volvidas cinco décadas desde que cidadãos norte-americanos saíram à rua em defesa do planeta e para alertar para a sua destruição, o balanço é este: dados da ONU dizem-nos que a população mundial duplicou, o uso de recursos naturais triplicou e, segundo um relatório divulgado pela Plataforma Intergovernamental de Política de Ciência sobre a Biodiversidade e Serviços do Ecossistema, há um milhão de espécies em vias de extinção. Os oceanos são uma sopa de plástico e nunca foram tão quentes como em 2019. A Terra continua a aquecer e cada vez mais perto de colapsar: a concentração de dióxido de carbono na atmosfera é 40% mais elevada do que no início da era industrial.

Mas também já vimos milhões de jovens activistas de todo o mundo a sair à rua, seguindo o exemplo de Greta Thunberg, a voz de uma geração revoltada por ter herdado um planeta quase morto. Activistas pelo clima exigem medidas concretas para reverter o panorama através de greves e manifestações. Mas que nem sempre parecem ser ouvidos: o relatório Transição climática e energética: o potencial inexplorado dos fundos da UE​ mostra que, em média, os Estados-membros da União Europeia apenas utilizaram 9,7% dos Fundos de Coesão e Desenvolvimento Regional da UE, destinados a financiar, entre 2014 e 2020, infra-estruturas de energia limpa. No caso de Portugal, foram utilizados 7,7% dos fundos no investimento em energias renováveis, eficiência energética, investigação e inovação.

E porque é dia de celebrar, mas também de tomar consciência, reunimos alguns textos que mostram os atropelos ao planeta, mas também o que está a ser feito para o salvar. E um jogo para quem quer fazer mais pelo ambiente.

O antes e o agora dos Alpes suíços: os glaciares nunca derreteram tão depressa

Desde a década de 80 do século XIX até ao presente, a Suíça já perdeu mais de 500 glaciares e o Governo suíço já alertou que 90% dos 1500 que ainda existem poderão desaparecer até ao final do século, caso não sejam tomadas medidas para combater a crise climática. 

Para mostrar o fenómeno, a Reuters reuniu imagens dos Alpes há um século e captou a mesma paisagem em Setembro de 2019. As diferenças são impressionantes: alguns dos glaciares foram totalmente substituídos por vegetação. Vê as imagens aqui.

Pensa em alterações climáticas: que imagem te vem à cabeça?

Já não é difícil aceder a este pedido. As imagens que podem servir de resposta são cada vez mais comuns e mais próximas. Muitas delas chegam até nós através da Greenpeace, que utiliza há varias décadas a fotografia e o vídeo para chamar a atenção das ameaças ao planeta. Mas as percepções mudam — e aquilo que nos move também.

Matt Kemp, editor de fotografia e multimédia da Greenpeace, explicou ao P3 como, actualmente, são as imagens com tom positivo e de esperança as que mobilizam mais, em detrimento das mais fatalistas. E garante que as mais eficazes são as de incêndios florestais, secas ou eventos meteorológicos extremos. Mas há muita mais ciência à volta das fotografias e de como são utilizadas. Para descobrir aqui

Jane Goodall: “A minha grande missão não são os chimpanzés, é a Terra”

O documentário sobre a vida da primatóloga Jane Goodall estreia-se em plena pandemia. O propósito é exactamente a celebração do Dia da Terra: Jane Goodall — The Hope chega às televisões esta quarta-feira, 22 de Abril, no canal National Geographic Portugal.

Mostra como a activista dedicou a vida à conservação não só dos chimpanzés — mas das espécies animais. “O que é que aprendi com os chimpanzés? Aprendi que os seres humanos têm sido muito arrogantes, sentimo-nos especiais, diferentes, separados do resto do reino animal”, disse, numa entrevista ao PÚBLICO, que podes ler aqui.

Desperdício, mobilidade e reciclagem: o que fazem as universidades para serem mais “verdes”?

Que as mudanças são necessárias já é sabido. Mas o que estão a fazer as universidades para serem mais sustentáveis? Desde oferecer lanche a quem pedala até às aulas, ao fim da venda de garrafas de água de plástico, ou até medidas mais polémicas, como a da Universidade de Coimbra, que decidiu deixar de servir carne de vaca na cantina, há universidades portuguesas que já começam a dar passos com vista à sustentabilidade.

Quisemos conhecer as “ondas verdes” que percorrem as instituições do país e reunimo-las numa lista que agora podes revisitar. Há iniciativas contra o desperdício alimentar, copos reutilizáveis, boleias partilhadas e hortas comunitárias. 

É oficial: The Ocean Cleanup recolhe plástico do Pacífico pela primeira vez

Em Outubro de 2019, Boyan Slat anunciava, em conferência de imprensa, que o sistema por si criado estava finalmente a tirar lixo do mar. Fundador da associação The Ocean Cleanup, Boyan criou um sistema de tubos que formam uma barreira flutuante em forma de U e que conseguem apanhar lixo do mar — permitindo que os peixes nadem em liberdade, graças a uma abertura na parte inferior. 

O sistema deverá ser ampliado e aperfeiçoado, com vista a cumprir um objectivo: o de capturar, nos próximos cinco anos, 50% dos resíduos (cerca de 40 mil toneladas) da Grande Mancha de Lixo no Pacífico. Alguns dias depois, as embarcações da Ocean Cleanup chegaram a alguns dos rios mais poluídos do mundo. A ideia era apanhar o lixo antes que este desaguasse nos mares. Para ler aqui e aqui.

Eco'a Breca!

Um jogo para descobrir dicas de sustentabilidade — e fazer um teste ao que já sabemos. O Eco'a Breca! mostra-nos uma casa, onde podemos interagir com alguns objectos e somos confrontados com perguntas e decisões. A ideia é escolher a mais sustentável. Quantos pontos ecológicos consegues ganhar? Joga aqui

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