Alexandre Relvas. Como aumentar a competitividade da economia portuguesa

O convidado desta semana no podcast 45 Graus é Alexandre Relvas, empresário com participação activa na política e na sociedade civil. Enquanto gestor, nos últimos anos tem estado dividido entre a Logoplaste, de que é accionista e foi CEO até 2017, e um projecto de família ligado à produção de vinhos, a Casa Relvas. Para além disso, é presidente desde 2013 do conselho fiscal da Comunidade Vida e Paz.

Já a participação cívica tem tomado várias formas. Politicamente, está ligado ao PSD, onde foi presidente do Instituto Sá Carneiro de 2008 a 2010. Antes disso, foi um dos promotores do “Compromisso Portugal”, um movimento que reunia um conjunto de pessoas, sobretudo gestores e economistas, com o objectivo de desenvolver propostas para aumentar o desenvolvimento económico do país (em linha com o que é discutido neste episódios).

Esta conversa foi gravada pouco antes do momento, em Março, em que subitamente a pandemia tomou de vez a agenda. Adiada a publicação do episodio para focar em problemas mais graves e imediatos relacionados com a covid-19, eis a altura certa, quando ganha força a vontade de pensar noutros temas e começar a planear o futuro. Futuro esse que passa, no imediato, por minimizar a recessão e relançar da economia, mas que não pode deixar de considerar aquilo que já era importante, e talvez se tenha tornado agora ainda mais: como tornar mais desenvolvida e competitiva a economia portuguesa.

Foi precisamente esse o mote para esta conversa com Alexandre Relvas, partindo da premissa de que o crescimento económico é uma condição necessária (embora não suficiente) para uma sociedade mais próspera para todos, e que esse crescimento depende, em grande medida, da competitividade externa das nossas exportações.

Uma discussão em que se passa a pente fino um grande leque de aspectos que influenciam a competitividade do país, positiva e negativamente, e o que fazer para corrigir estes últimos.

Para não se perder no “economês”, uma pequena cábula: Alexandre Relvas refere, logo no início, a importância do “stock líquido de capital” para o potencial de crescimento da economia. Este “stock líquido de capital” é um indicador que mede a disponibilidade de um factor de produção específico (o capital), como sejam máquinas, equipamentos ou instalações, e é portanto um determinante da capacidade de expansão da actividade pelas empresas. Se tomarmos o exemplo de uma fábrica, este stock aumentaria num determinado período se o valor das máquinas adquiridas fosse superior ao valor do desgaste das máquinas antigas. Ao ter mais máquinas em funcionamento disponível, a fábrica terá (com tudo o resto igual) capacidade para aumentar a produção. Se acontecer o contrário, claro, tenderá a diminuí-la.

Outro conceito mencionado é o chamado sector não transaccionável da economia. Este consiste essencialmente nas empresas que operam em sectores que não estão expostos a concorrência do exterior, como a energia, as comunicações, a distribuição e muitos serviços, com a notória excepção do turismo. Estes sectores tendem, por isso (embora isso não seja uma consequência inevitável) a ser menos concorrenciais e, por isso mesmo, a ter empresas com lucros indevidos, as chamadas rendas.

Subscreva o programa 45 Graus no iTunes, Spotify ou nas aplicações para podcasts.

Descubra outros programas em publico.pt/podcasts.

Sugerir correcção