Reino Unido inicia ensaios clínicos para vacina da covid-19 a partir desta quinta-feira
O ministro da Saúde britânico diz que o Reino Unido está “na frente do esforço global” e que tem investido mais dinheiro do que qualquer outro país no desenvolvimento de uma vacina.
O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, anunciou nesta terça-feira em conferência de imprensa que os ensaios clínicos para a vacina da covid-19 que está a ser desenvolvida pela Universidade de Oxford começarão nesta quinta-feira. Reforçou ainda que o Governo está a “apostar tudo” no desenvolvimento de uma vacina.
Ao longo da conferência, Matt Hancock assinalou que “a melhor maneira de derrotar o coronavírus” é através da vacina. Disse ainda que este processo é de “tentativa e erro”, mas que o Reino Unido está “na frente do esforço global” e que tem investido mais dinheiro do que qualquer outro país neste processo.
O ministro da Saúde informou que foram disponibilizados 20 milhões de libras (cerca de 22,7 milhões de euros) para o grupo da Universidade de Oxford e outros 22 milhões de libras (cerca de 25 milhões de euros) para um outro projecto de uma vacina que está a ser desenvolvida pelo Imperial College de Londres. “Ambos os projectos promissores estão a fazer progressos rápidos e disse aos cientistas que os lideram que faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para o apoiar”, disse. “Afinal, a vantagem de se ser o primeiro país no mundo a desenvolver uma vacina com sucesso é tão grande que estou a apostar tudo nela.”
Na última sexta-feira, o Reino Unido já tinha anunciado que criara um grupo de trabalho para apoiar vários projectos de desenvolvimento de vacinas para a covid-19. O Governo britânico anunciou então que 21 projectos de investigação iriam receber financiamento de um fundo de investimento no valor de 14 milhões de libras (cerca de 16 milhões de euros) para desenvolverem “rapidamente tratamentos e vacinas”.
Esse grupo é composto por membros da empresa farmacêutica AstraZeneca e da organização britânica Wellcome Trust e será liderado pelo principal conselheiro científico do Governo britânico, Patrick Vallance, e pelo especialista Jonathan van Tam. O objectivo deste grupo é garantir que os cientistas e a indústria têm recursos para desenvolver a vacina, bem como assegurar que as regulações e capacidade de produção estão em ordem para que seja possível produzir o mais depressa possível a vacina.
A professora da Universidade de Oxford Sarah Gilbert já tinha referido em entrevista que os ensaios clínicos da vacina da sua instituição deveriam começar por estas semanas. A cientista também afirmou que, se tudo correr bem, a vacina poderá estar disponível dentro de cinco meses. Mesmo assim, deixou um aviso: “Ninguém pode prometer que vai resultar.”
Apesar de os cientistas da Universidade de Oxford referirem que a sua vacina poderá estar disponível até Setembro, o principal conselheiro científico do Governo britânico, Patrick Vallance, disse ao The Guardian que entre um ano e 18 meses é um prazo razoável para que uma vacina esteja disponível. Já as farmacêuticas GlaxoSmithKline Plc e Sanofi SA estimam ter também uma vacina na segunda metade de 2021.
Também o regulador alemão das vacinas aprovou testes em humanos de uma potencial vacina contra a covid-19 desenvolvida pela empresa biotecnológica alemã BioNTech, anunciou-se esta quarta-feira.