Para responder à “hipocrisia” e “mau gosto”, Alegre avança com petição a favor do 25 de Abril no Parlamento
Histórico socialista considera que há “aproveitamento político” de “mau gosto” dos que “não querem” celebrar a revolução
A decisão de manter a celebração do 25 de Abril no Parlamento é motivo de uma petição online cujo primeiro subscritor é o histórico socialista Manuel Alegre. “A democracia não está nem pode ser suspensa. Saudamos a homenagem que o povo e o Parlamento prestam ao 25 de Abril”, lê-se no texto que conta, na noite deste sábado, 1112 assinaturas.
“Algumas pessoas estão a fazer um aproveitamento político da decisão do Parlamento de mau gosto e hipócrita. No fundo não querem que se celebre o 25 de Abril”, afirmou ao PÚBLICO o ex-deputado do PS. Manuel Alegre considera que “não se pode comparar” a sessão na Assembleia da República com a celebração da Páscoa, que implica a deslocação de milhares de pessoas no país”. “Não é legítima essa comparação”, defendeu.
Outra das subscritoras da iniciativa, Marisa Matias, eurodeputada do BE, considera que “há uma enorme diferença entre o estado de emergência e a democracia”. “Celebrar o 25 de Abril, cumprindo todas as normas estabelecidas para o período que vivemos, é não ceder à armadilha de quem quer fazer essa confusão e pôr em causa os valores democráticos e o Estado de direito”, declarou.
Entre outros primeiros subscritores da petição estão outras figuras da esquerda como Domingos Abrantes, Alberto Martins, José Vera Jardim e Fernando Rosas.
A decisão de manter a sessão solene do 25 de Abril na Assembleia da República no próximo sábado levou o líder do CDS a rejeitar comparecer na cerimónia por considerar que é contraditória com os “sacrifícios” que estão a ser pedidos aos portugueses e é motivo de uma petição online a pedir o cancelamento da iniciativa.
O presidente da Assembleia da República já veio responder à contestação pública e garante que a sessão será “cumprida”.
Para a sessão foram convocados apenas 77 dos deputados (dos 230) e convidadas mais 50 figuras, que estarão nas galerias e não sentadas à frente dos deputados como habitualmente.